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A carta de amor que hei-de escrever(-te)

Não tenho palavras. És tudo o que sempre procurei. Toda a vida. Em todas as mulheres. És o pouquinho de cada uma delas que ficou depois de tudo ter acabado. És a inteligência, és a sensibilidade, és a dedicação, és a independência, és a dependência, és a segurança, és a fragilidade, és o humor, és o dínamo, és, enfim, tantas outras coisas que foram ficando sem se juntarem. E és tudo isso em ti. Por ti. És a peça que me faltava... E eu, homem das palavras, não tenho palavras. Como se me esvaziasse perante a tua luz. Como que a tirar de mim todos os bocadinhos que nunca deviam ter cá estado. Como se de repente eu e tu fossemos um único. A tua luz, agora mais brilhante do que nunca. E o meu vazio, finalmente esvaziado, junto com o teu vazio, agora esvaziado. E é na tua luz que nós morreremos. Porque antes de ti não havia felicidade. E porque na tua luz viveremos... É isso que somos. Eu e tu! E por isso te esperei, todo o tempo de que precisaste, até que pudesses vir a mim... PS: depois do