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A mostrar mensagens de dezembro, 2013

2014 à porta

Vem aí o novo ano e para terminar este está, finalmente, feito um bolo de espinafres com cobertura de chocolate - não sou, definitivamente um doceiro e tenho azar com as coisas mais óbvias (à quinta clara que separava da gema para fazer claras em castelo é óbvio que a gema havia de cair entre as claras...) mas parece que no fim de contas até ficou bonito e bem cheiroso. De resto, há de haver uma sopa "creme de castanhas"; e um folhado de caça com arroz árabe e grelos salteados. E é isto que vale a pena esperar de uma passagem de ano. Tudo o resto é do domínio dos sonhos. E eu o que sonho é que em 2014 não parta alguém que amo; não partir eu; que aqueles que amo tenham saúde; que Portugal saia da crise e todos tenham empregos (e bem pagos) - que o desemprego acabe, também. Posto isto, temos, como dizia, folhado de caça com grelos salteados... Feliz 2014

O vazio

Passou um ano. Ontem. Passou ontem um ano que a minha mãe morreu. Foi na véspera, dia de Natal, que começou a morrer. Aguentou mais um bocadinho, até às três da manhã de 26. Foi a tempo, como desejava, de receber a Santa Unção. Não sei se se terá apercebido. Sei que fez já um ano. Passei 365 dias a antecipar aquele dia. Gostaria de me ter retirado num local isolado e poder relembrar cada minuto, cada hora, do que vivi no ano anterior. Não o fiz. Ao contrário de Caetano Veloso, não passei dia e noite a pensar na minha mãe. Deixei-me consumir pelo dia. Esvaziei-me. Perdi-me. Do tempo. De mim. Hoje, que passou um dia sobre os 365 dias, o vazio tomou conta de mim. Afinal, era como se achasse que depois de um ano a vida retomaria a normalidade. Não há normalidade, percebo agora. O vazio veio para ficar.

O tempo é uma corrida de 100 metros

Já lá vai um ano que esta foi a última noite que dormi completo. Terá sido por esta hora que começou o Calvário. 24 horas depois o desfecho... Agradeço os votos. Retribuo. Mas feliz é algo que o meu Natal nunca mais será.

A vida é uma soma de perdas

A vida é uma soma de perdas e quanto mais tempo nela estamos mais perdemos. Perdemos quem nos deu à vida, perdemos quem nos foi dado, perdemo-nos tantas vezes em labirintos intransponíveis. Perdemo-nos em lamentos e em tormentos. E até perdemos tempo a tentar contabilizar tudo o que perdemos. Argumentam, em debates, que a vida é de ganhos. Ganhamos quem não nos pertencia. Mas todos os que ganhamos, caso não os percamos antes, perdem-nos a nós um dia. A vida é uma soma de perdas e é por isso que tendo a concordar com a pirosa frase hoje vista por aí e que, não conseguindo agora reproduzir ipsis, verbis dizia algo como "o melhor sorriso é o de quem um dia perdeu todos os sorrisos". A menos de uma semana de se passar o primeiro aniversário do mais violento corte que me foi dado a sentir, sei hoje o que é estar no lado dos que perderam os sorrisos algures numa queda da vida. Não os procuro, porque sei que mais cedo ou mais tarde acabaria por perdê-los de novo. Vou, aqui e ali,

Da (ir)realidade

Já vos aconteceu, acordados, deitados na cama; a dormir, sentados num carro à porta de um supermercado, olhos a quererem fechar-se, perguntarem-se se será verdade que estão vivos?

Afterlife

Afterlife, oh my God, what an awful word After all the breath and the dirt And the fires that burn And after all this time And after all the ambulances go And after all the hangers-on are done Hanging on to the dead lights Of the afterglow I've gotta know Can we work it out? We scream and shout 'till we work it out Can we just work it out? Scream and shout 'till we work it out? 'Till we work it out, 'till we work it out 'Till we work it out, 'till we work it out Afterlife, I think I saw what happens next It was just a glimpse of you Like looking through a window Or a shallow sea Could you see me? And after all this time It's like nothing else we used to know After all the hangers-on are done Hanging on to the dead lights Of the afterglow I've gotta know Can we work it out? Let's scream and shout 'till we work it out Can we just work it out? If you scream and shout 'till we work it out? But

Isolamento no meio da cidade

É mesmo verdade. Um carro no meio do trânsito continua a ser um dos melhores sítios do Mundo (urbano) para nos isolarmos. Um bom refúgio que nos permite ter um tempo para lembrar aqueles que nos fazem falta. E para os chorarmos, mesmo quando antes achámos que já tínhamos deixado de fazê-lo...

Porque o futuro não vem buscar-nos

Ontem enviei um email. E isso há de fazer parte da minha história

Olá para ti também

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Eu a querer sonhar contigo, ver-te, ouvir a tua voz, falar-te. Só mais uma vez. E tu apareces-me assim, passado quase um ano e sem avisar com antecedência?

Quando os outros nos confortam

- Então esta vacina dá para a vida toda? - Sim, esta é para a vida. Protege contra a maior parte das pneumonias. - Pois, sabe, isto não é coisa em que tenha grande fé. A minha mãe tomava a vacina e no ano passado tomou uma daquelas para cinco anos, e acabou por morrer no inverno... - (silêncio por uns instantes, seguido de mais alguma conversa de circunstância, e no entanto o que mais falou foi o olhar dela, de repente inundado por lágrimas que por pudor não deixou sair...)

Murcho

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                                                                    Fonte: google Há dias em que nos sentimos assim. Desmotivados. Com dúvidas. Sozinhos. Abandonados, até. O bom destes dias é que há sempre um dia depois deles.