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A mostrar mensagens de novembro, 2013

23 x 5

Fez ontem cinco anos que encontrei a felicidade. Sou um privilegiado. E todos os dias me lembro disso.

A propósito de um psicólogo

Ao José Carlos Dias. Psicólogo. Ex-jornalista, um amigo. O assunto é tabu. Mas não devia ser. Não são, ao contrário do que a ignorância faz crer, os maluquinhos os únicos a recorrer aos serviços de um psicólogo. Bem pelo contrário. A decisão é, quase sempre, um sinal de lucidez extrema. Assim foi comigo. Consumido por uma ansiedade que não conseguia travar, segui o conselho de um bom amigo e consultei seu psicólogo. José Carlos Dias. Era bom, dizia-me o R.. Ajudara-o. E até o compreendia melhor por, também ele, ter sido jornalista. Fui lá. Gostei dele ao primeiro contacto. Não falava muito (provavelmente nem devia), mas ao fim de uns meses deixei de precisar de lá ir. Ainda hoje não sei o que ele me fez, mas tirou-me a ansiedade. Curou-me. Devolveu-me a vida e a alegria de viver. Ou mostrou-me o caminho para o conseguir. Disse-me que eu estava no fundo de um vale, e que, quando subisse a montanha, mesmo que voltasse a descer, teria sempre as ferramentas para travar a queda. Prom

De como se lida com a morte na família dos outros

Lembro-me de uma crónica do Lobo Antunes sobre o médico que lhe comunicou os resultados da análise: tinha cancro. Mas o médico dizia-o como se dissesse que já não havia bilhetes para o concerto de Caetano Veloso. Pior. Enquanto combinava ao telefone uma jantarada com um amigo. Pausa, ah, o senhor tem cancro... Quando no Natal passado vim de urgência para acompanhar o meu pai e ver a minha mãe, internada de urgência no hospital, fomos informados pelos médicos de que nem um milagre a manteria viva. Era uma questão de tempo, até se apagar, lentamente como uma vela. Antes de mais, sempre que me lembro disso, lembro-me do choque que senti. Parecia impossível, mas acontecia. A frio, sem anestesia para mim e para o meu pai, que, abraçados tentámos digerir a notícia, acompanhados por outros dois tios... Nunca esquecerei de que à pergunta que me era feita por SMS «Então?» respondia apenas «(...)», incapaz de verbalizar o que acabara de acontecer. Lembro-me também, e nunca quero esquecê-lo,

Hoje é assim

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41 anos, S. Martinho

Primeira coisa que me disse, hoje, o meu pai, mal chegou a minha casa, pela manhã... "Hoje faz 41 anos que eu e a tua mãe soubemos que ias nascer". Ouvi-lo tão solto e tão agarrado ao passado, tão feliz e tão saudoso... É um homem que sofre. Muito. E tão cheio de força. Muito mais que eu...

Cada vez mais fácil

Ainda na senda de tentar perceber se me dou melhor sem o leite, deparei-me hoje com  este artigo  que me pareceu muito interessante. Para já posso dizer que continuo a dar-me bem. Ao pequeno almoço vou bebendo sumo de laranja e comendo torradas com tomate triturado. Como gosto não me custa. Ontem comi também um ovo mexido, mas aqui começamos a ter motivo para mais conversa: havemos de lá chegar (afinal, os ovos que nos chegam à mesa são de galinhas alimentadas com farinha que também leva restos de outros animais... lá chegaremos, já disse). O que vou sentindo? Talvez ainda seja cedo para dizê-lo, mas algo tenho a certeza: quando vou ao WC sinto que fico bem mais limpo. E talvez tenha menos obstrução nasal. Parece-me também que talvez esteja menos inchado e não tenho detectado qualquer refluxo gástrico, que não sendo frequente me apoquentava de vez em quando. Mas, como digo, é cedo. Veremos daqui para a frente.

Bom dia

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Assim se toma um pequeno almoço dos novos...

O segundo dia de uma nova vida

Ora então, cá estou de novo. Serve este post, antes de mais, para confirmar que sobrevivi às primeiras 24 horas sem beber leite. Para já sinto-me bem e, talvez por sugestão psicológica, parece-me que o meu nariz já não está tão coberto de muco. Agora vou avaliar se nos próximos dias deixo de sentir garganta inflamada e meia dúzia de comichões mais desconfortáveis, por serem persistentes. O desafio que se me coloca agora é de encontrar alternativas de vida ao leite. Primeiro: que pequeno almoço tomar? Café com leite sabe bem, mas acabou-se até prova em contrário. Da mesma forma, pão com manteiga será também de evitar (sobretudo pela manteiga). Cereais com leite também (dá para perceber que ainda não aderi aos leites de soja, arroz, etc - em parte por desconfiar que não gostarei do sabor, mas também por saber que o preço dos mesmos chega a ultrapassar o dobro do de vaca).  Então, hoje segui o conselho que me foi dado por quem já tem mais experiência numa vida sem leite. Comprei pão

Primeiro dia sem leite

Não pretendo ser radical, mas acredito que esta é uma discussão que vale a pena ter. Devemos ou não beber leite de vaca? A primeira vez que pensei sobre o assunto seriamente foi quando me apresentaram como argumento que o homem é o único animal que continua a beber leite em idade adulta. Ainda por cima, leite de outra espécie que não a sua. Argumentos não faltam para que não bebamos leite de vaca, da mesma forma que sobejam para que o bebamos. Pessoalmente, e porque há vários anos ando sempre a queixar-me de pequenas maleitas diárias (daquelas tão pequenas que quase passam por normais) decidi dar-me à ciência (à minha ciência) e entrar em processo experimental. A partir de hoje, não bebo leite de vaca. Nem iogurtes. Poderei comer queijo - pontualmente e sempre sem exagero - e daqui por uns tempos farei um balanço. Se sentir que a minha saúde melhorou, assim continuarei. Caso contrário, e esta é a parte boa, posso sempre voltar atrás. Para primeira reflexão sobre a coisa, podem

Disto da paternidade

Depois de tudo o que escrevi, penso que não subsistem dúvidas de que para mim a Paternidade foi a bênção suprema na vida; que ver o meu filho crescer é o que de mais valioso tenho. É bom, pois isto poupa-me tempo a enquadrar o que vem a seguir: a falta que nos faz ter uma base de apoio familiar. Sendo, tal como a minha mulher, filho único; sobrando-nos apenas os avós homens, ainda por cima sem dinâmica de vida para cuidar de uma criança, falta-nos apoio. Muito. Bem sei que pode parecer ingratidão dizê-lo, que há tanta gente - e nós ainda por cima a acompanharmos tantos casos de perto - com situações muito complicadas na vida, mas não me levem a mal... faz mesmo falta poder tirar da cabeça, por uns segundos, as preocupações inerentes ao cargo de ser ser pai (mãe). Ser pai (e mãe) e não ter um irmão para o qual se telefona a dizer "vou aí deixar o teu sobrinho", ou avós a quem se apareça, até de surpresa, se preciso for, deve ser o equivalente a ter por profissão o cargo de

O milagre de ter dois anos...

Ao acordar, bem disposto, de uma sesta mais curta que o habitual, vira-se -entre muita conversa - e apontando para o tecto do quarto diz: "a avó do céu pôs uma rosa ao Jesus"