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O segundo filho gera mais expectativas que o primeiro

Isto dito de forma mais simples é "vou ser pai pela segunda vez", mas isso é tão simplista que fica já combinado que jamais o direi desta forma. Seja a quem for, em que circunstância for. O significado da repaternidade  é algo que nem eu nem a S. conseguimos ainda interiorizar. Sempre o quisemos - das primeiras vezes que falámos do assunto tínhamos até nomes para três, mas a idade de um e de outro já o desaconselha - e foi com alegria que ficámos a saber que lá para abril do próximo ano cumprimos aquela suposta obrigação de deixar no Mundo tantos quantos fomos (como se isso fizesse falta alguma num planeta sobrepovoado como o nosso). Mais do que isso, eu filho único me confesso (poderia confessar também a S., igualmente filha única): o que fizemos foi dar um salto para algo que desconhecemos em absoluto. E isso preocupa-me vezes sem conta. Claro que tive primos e amigos com irmãos, que percebo o conceito de uma vida a quatro numa casa, mas experiência tenho zero. Jamais t...

Do sono, da sua importância. E de mim

Comemorou-se a 14 de março o dia Mundial do Sono. Que chatice, pá, há dias para tudo. Até para o sono. Isto é tão chato que me dá sono. Noutros tempos acho que poderia bem ter dito algo como o que escrevi na frase anterior. No entanto, este dia Mundial do Sono, este concreto quero eu frisar, calhou ser um dia especial para mim. E para o meu sono. Pela primeira vez utilizei um Auto CPAP e pela primeira vez em vários anos dormi uma noite inteira sem ressonar e sem apneias. Nada mau, para quem antes fazia mais de 130 por noite, com paragens respiratórias entre 22 e 36 segundos. Esta noite, pela primeira vez em vários anos, dormi descansado. Acordei sem sono e à tarde, depois de almoço, não adormeci a ver um jogo da Liga Alemã de futebol. Falta informação sobre o assunto e não são raras as pessoas que quando ouvem falar do tratamento (prevenção) ficam admiradas. Afinal, muitas sofrem do mesmo, mas dos seus médicos sempre ouviram coisas como "não há nada a fazer". Há s...

Contas à vida

É uma informação inútil, mas que me deu que pensar: assim a vida o permita e a 23 de junho deste ano vou celebrar os 15 mil dias por cá. Destes. 1225 terão sido passados já como pai; 2039 oficialmente ao lado da mãe dele. Será sempre a somar, por mais 15 ou 16 mil com os dois. É, depois, possível fazer todo o tipo de contas. E perceber que desde que nasci até que a minha mãe morreu passaram 14456 dias. E pareceram-me tão poucos. Se alguém quiser deitar contas à vida, siva-se à vontade aqui .

Folgas

Ter mil coisas para tratar. Chegar à folga. Suspirar. Acordar às seis da manhã. De novo às oito. Três horas de sono, depois de uma semana com médias de 4 horas. E um filho que não pode ir à escola porque está doente. É nas coisas mais pequenas que a vida nos vai derrotando.

Afterlife

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Afterlife, oh my God, what an awful word After all the breath and the dirt And the fires that burn And after all this time And after all the ambulances go And after all the hangers-on are done Hanging on to the dead lights Of the afterglow I've gotta know Can we work it out? We scream and shout 'till we work it out Can we just work it out? Scream and shout 'till we work it out? 'Till we work it out, 'till we work it out 'Till we work it out, 'till we work it out Afterlife, I think I saw what happens next It was just a glimpse of you Like looking through a window Or a shallow sea Could you see me? And after all this time It's like nothing else we used to know After all the hangers-on are done Hanging on to the dead lights Of the afterglow I've gotta know Can we work it out? Let's scream and shout 'till we work it out Can we just work it out? If you scream and shout 'till we work it out? But ...

Isolamento no meio da cidade

É mesmo verdade. Um carro no meio do trânsito continua a ser um dos melhores sítios do Mundo (urbano) para nos isolarmos. Um bom refúgio que nos permite ter um tempo para lembrar aqueles que nos fazem falta. E para os chorarmos, mesmo quando antes achámos que já tínhamos deixado de fazê-lo...

Porque o futuro não vem buscar-nos

Ontem enviei um email. E isso há de fazer parte da minha história

23 x 5

Fez ontem cinco anos que encontrei a felicidade. Sou um privilegiado. E todos os dias me lembro disso.

Um filho e a perda da avó

De repente é dia 31 de Dezembro e já lá vão praticamente 5 dias desde que a minha mãe nos deixou. Hoje como naquele dia, vou-me segurando como posso e se por um lado ter um filho por perto é algo que muito ajuda a rir, genuinamente, é também por ele que muitas vezes as lágrimas vêm aos olhos. Custa, por exemplo, pensar que ele não volta a ver a avó, mais ainda quando ele começa a dar sinais de não entender o porquê do súbito desaparecimento. A meio da sesta da tarde, por exemplo, acordou aos gritos. Quando lá cheguei, olhei para todos os lados e perguntou, perdido: «Avó?». O normal seria acordar à tarde, da sesta, e a avó estar na sala, onde, juntos, brincariam até a avó se cansar e ele ficar com as pilhas a meio. Tive de explicar-lhe que a avó não estava cá, isto enquanto tentava disfarçar as lágrimas. Prometi-lhe que se fizesse "ó-ó" iríamos ver o avô a seguir - (estava já combinado um lanche) e lá o convenci a continuar a sesta. Acordado, papa devorada, hora de sai...

Para um filho, começando por um pai...

Não há outra forma de dizê-lo, pai: anteontem, a mãe morreu. Haverá? Foi-se, partiu, deixou-nos, faleceu, desencarnou, não resistiu... Que diferença faz? Foi uma maldita pneumonia que a levou, eis o que constará dos relatórios dos médicos. Que o líquido nos pulmões a enfraqueceu, que o coração ficou fraco, que os rins pararam, que o corpo não conseguiu reagir à medicação. Tretas. Quer dizer, tudo verdade, mas tretas. Não foi nada disso. Filho, a tua avó não era deste mundo. Regressou a casa, apenas. Era um anjo entre nós, e dela tenho agora tanto para te contar que já sei que nunca tal caberá na pequenez dos meus dedos, nem na velocidade do meu pensamento... Poderia começar por dizer-te, filho, que a tua avó Zé, a buó, como lhe chamas, era o tipo de pessoa que dava as camisolas caras, que recebia de presente, a pessoas que delas mais precisavam, que o dizia, orgulhosa e sem problemas, a quem lhas dava. Que a tua avó, filho, era o género de pessoa que saía de casa, todos os dias...

O Sentido da Vida (2012)

Durante uns tempos - largos - andei a matutar na ideia de que a vida é uma grande treta. Que passamos por cá a ver os que nos são queridos em dificuldades, a perder contacto com amigos, a ver morrer aqueles de quem gostamos. Ao mesmo tempo, percebemos que a vida não é um mar de rosas, que há uma tal de crise, que aqueles que mais estimamos andam entre a precariedade e o desemprego. Ontem resolvi o assunto do ponto de vista filosófico. E se, afinal, a busca pela felicidade for, apenas, a busca pela melhor forma de lidar com todas as tristezas?

Páh

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Há um ano, tinha o G um mês e uns quantos dias, brindou-me com um sorriso. Na verdade, para ser exacto deveria ter escrito com O sorriso, carregando mesmo no "shift" para tornar o "o" em maísculo, uma vez que aquele sorriso foi o primeiro que a pequena criatura esboçou depois de nascer. Hoje, um ano volvido sobre esse dia, houve muito mais que um sorriso, houve também sorrisos para muito mais gente que para mim, e tudo isso foi magnífico. Como o foi o cartão que na creche as educadoras prepararam para mim, com a colaboração do G. Posso dizer sem arriscar muito que este foi o primeiro dia do pai em que alguém me chamou pai e me sorriu ao mesmo tempo. No próximo - daqui por um ano - alguém há de sorrir, chamar pai e fazer algo mais; e daqui por dois anos em vez de três pérolas para recordar terei quatro, ou cinco, ou seis. Quando se é pai, há um desafio que assume prioridade sobre todos os outros na vida: viver sempre mais um dia, mais um ano, para ver sempre mais ...

Afinal isto existe

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O que ganhei eu? Além de três anos muito bons, ganhei um novo país por quem torcer nos Mundiais de futebol, uma nova cidade para incluir em todos os planos de viagem, um filho, uma vida, uma família. Afinal isto existe. E nem vale a pena dizer muito mais. Ganhei-me a mim. Obrigado

Sometimes

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No U-Turn

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Aos 28 deste Abril, sinal de proibição de inverter o sentido de marcha. O mesmo é dizer: tempo de seguir em frente. Sem obstáculos à vista, o caminho não foi fácil nem agradável, mas chegar aqui inteiro foi uma vitória. Não é hora de sorrir, pois nada há a celebrar. Os sorrisos estão guardados, sim, para usar a partir daqui. A 100 por cento e sem obstáculos pela frente. Vamos a isto os três, vá. (viva nós)

Um sorriso

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Escasseia o tempo para escrever no blogue, mas não as emoções. Foi a 15 de Fevereiro que o Gabriel (me) nasceu e desde então tenho vivido os melhores dias da minha vida. O melhor mês já lá vai, na certeza porém de que este que já vivemos será, de novo, o melhor de sempre, ainda que menos bom que o terceiro. É, pois, ponto assente: quando temos um filho, ganhamos outra vida. A dado momento, todos teremos pensado que fizemos grandes revoluções. Talvez ao mudar de emprego, ao trocar a namorada, ao escolher o carro dos sonhos, ao fazer aquela viagem inesquecível. A dado momento todos tivemos a maior alegria do Mundo. Aquele golo da nossa equipa naquele jogo decisivo, a explosão de felicidade, em frenética euforia, em espasmo de realização máxima. A verdade, caros amigos, é que esta é uma felicidade diferente. Em momento algum dei por mim perto de saltar e gritar para comemorar. É uma alegria serena, uma implosão por oposição à explosão. Algo que nos vai entrando muito devagar na alma, talv...

Nasceste-ME

Um filho não nasce. Nasce-nos um filho. E como outras coisas que nos nascem, um filho é algo que - sabemos da primeira vez que ele nos olha nos olhos - nos vai continuar a nascer a cada dia. E que nos faz renascer. É fácil dizer o que já toda a gente disse. Mas como é verdade, eu digo também. Um filho é a expressão do amor como nunca alguém o conseguiu explicar.

Hóquei em Patins de mesa e umas quantas memórias

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Há casos em que 94 anos são 94 anos a mais. Finito.

Life is changing fast...

I used to write, I used to write letters I used to sign my name I used to sleep at night Before the flashing lights settled deep in my brain But by the time we met By the time we met the times had already changed So I never wrote a letter I never took my true heart I never wrote it down So when the lights cut out I was left standing in the wilderness downtown Now our lives are changing fast Now our lives are changing fast Hope that something pure can last Hope that something pure can last It seems strange anekatips How we used to wait for letters to arrive But what's stranger still Is how something so small can keep you alive We used to wait We used to waste hours just walking around We used to wait All those wasted lives in the wilderness downtown oooo we used to wait oooo we used to wait oooo we used to wait Sometimes it never came (oooo we used to wait) Sometimes it never came (oooo we used to wait) Still moving through the pain (oooooo) I'm gonna write a letter to my true l...

I can fly!