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Os filhos e o futebol

Foi uma decisão tomada em conjunto e que me parece sensata: em momento algum diríamos aos nossos filhos para serem do clube A ou B. A coisa é tanto mais importante quanto que eu e ela eramos (e continuamos a ser) apoiantes de clubes diferentes. Ora, o facto de eu ser do Belenenses e ela do Benfica gerou alguns dissabores durante a noite, sobretudo porque os nossos clubes se defrontaram (não foi bem assim, que o meu não compareceu ao jogo e mandou apenas uns rapazes com a camisola vestida e acabou a levar 6-0) e eu, imbuído pelo espírito que nos últimos tempos me levou a ir até aos estádios para o miúdo ver futebol ao vivo  - e para fazer coisas com ele - levei-o. Antes tinha-o levado ao Belenenses-Rio Ave, ao Belenenses-Altach e ao Portugal-França. Como também viu um treino da Seleção no Estoril, ficava com o pleno dos estádios de I Liga em Lisboa. Posto isto, percebi hoje que para os dois é importante que o nosso filho seja adepto do nosso clube. Ou melhor, percebi que para ela er

o títlo do Benfica visto por um jovem belenense

- filho, o Benfica é campeão - ohhhh (chora) eu queria que fosse o Belenenses - (improvisa) mas o Benfica só é campeão graças ao Beém, que não deixou o Porto ganhar porque lhe marcou um golo - eeeehhhh yeaaaahhhh o Belenenses é o maior (as maravilhas de se ter quatro anos)

Do 'soa-me a...'

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Apresento-vos o 'vés cueque que é amigo do Maquim'. Tradução: Jeff Gorvette e McQueen

Quatro

Desde as 20 de dia 20. Somos uma família feliz

Edipismos...

- sabes filho, gosto muito de ti. Sabias? - sim. Eu gosto muito da mãe.

Dias assim

Aquele dia em que um tio te faz a surpresa de mandar um tupperware com arroz de cabidela porque sabe que gostas e o teu filho deita mão ao saco, o vira e entorna tudo. Ainda por cima no chão. De alcatifa. Do carro...

Pré parto dos pais

Não sei se há uma alteração hormonal ou psiquica (ou ambas) num pai antes de nascer o filho, mas sei que já devo estar pronto para a chegada da D. Tal como aconteceu há uns anos, cerca de um mês antes de o G. nascer, ontem, já deitado, senti uma vaga de pânico percorrer-me o corpo. Da cabeça aos pés. Sensação igual. «Serei capaz? Quererei realmente isto?» Não sei se é comum ou não, sei que a mim aconteceu das duas vezes. Igual, sem tirar nem pôr, aquele feeling do «será que fiz bem?», «será que não foi um disparate?».

Azulinha - manhã 2

A Azulinha continua a cumprir o fim de semana de turismo em casa de um aluno da sala do pré-escolar (o meu filho G.) e a manhã de hoje foi nova delícia. - G., vai lá ver à cozinha se a Azulinha precisa de alguma coisa. (lá foi ele, solícito, falando de modo que se ouvia no nosso quarto). - Azulinha, estás bem? Dormiste bem? Queres comer? Precisas de alguma coisa? - Priii, piu, prriiii, pi piu prrrrrr - Oh, está bem... (de novo, ouvimos os passitos em ritmo de corrida na direção do nosso quarto, esperando com naturalidade pela versão dele do sucedido. Ao entrar no quarto, o G. travou, baixou a cabeça e deixou cair os ombros, num gesto típico de desânimo). - Então filho, que disse a azulinha? - (com a voz triste e a arrastar-se) Oh, ela disse para eu me ir embora.

Azulinha 'a passarita da minha escola'

A azulinha é um periquito da escola do G. e . Vai rodando as casas dos miúdos para eles se habituarem a tomar conta dele. Desta vez veio passar o fim de semana cá a casa. A manhã de hoje foi assim: - Azulinha queres beber água!? Então queres comer? Estás a divertir-te? Ahh ainda bem que não consegues falar. - Piu... - Oh azulinha eu ouvi-te. - Piu. - Agora queres comer? Então vai lá agora. - Piu. - Oh azulinha eu já volto. Tem calma. Oh olha que assim vais cair do ramo.

Picadas na barriga

G - Mãe, a D. tem picos? Mãe - Não, filho porquê? G - Porque tu estavas a dizer que picadas na barrirra (é assim o som de barriga naqueles quatro anos adoráveis)

Completar frases aos três anos e qualquer coisa

- G a Suíça é a terra dos cho... - Chupas...

Vai ser uma mana...

Eu e a S. decidimos conferir alguma solenidade ao acto de informar o G. de que o resultado da ecografia morfológica confirmou aquilo de que já vinhamos suspeitando: que o bebé que lá vem é uma menina. Como quem não quer a coisa, a S. veio ter comigo perto do meu trabalho e levámo-lo ao "cóscurante da menina" que é nem mais nem menos que um H3 onde ele fez amizade com uma das empregadas (uma cena deliciosa, diga-se). Sentado à mesa, entre uma dentada num croquete e um disparate, lá decidimos levar a cabo o plano. S -  Sabes, G, eu e o pai fomos ao doutor da mamã G - Fomos? S - Não, eu e o papá é que fomos, tu não. Eu - E sabes o que é que o doutor disse? G - Sim. S e Eu - Sim? O quê? G - (Silêncio) S - Bom, o doutor esteve a ver o bebé na televisão e disse que é uma menina. Vais ter uma mana. E vai chamar-se D. G - (silêncio; boca aberta, sustém a respiração durante cinco segundos, depois de o lábio de baixo tremer como se fosse chorar) Mmm, mm, mas eu vou ter um

Olha, vais ter um mano (um momento lindo em família)

Domingo de manhã. Família deitada, um plano por cumprir. Pai - olha filho, põe a mão na barriga da mãe. Mãe - o pai e a mãe têm uma coisa para conversar contigo. Já viste que a barriga da mãe está grande? Sabes o que è? Filho - sim. É da comida. Mãe - então se eu acordei agora e não comi, como pode ser da comida? Que pode ser mais? Filho - é um bebé? (Disse a sorrir) Mãe - sim. Pode ser um mano ou uma mana. Filho - tu tens um bebé na barriga? (Sorriso a crescer) Mãe - sim e podes ir falar com ele quando quiseres, para ele saber que estás aqui. Filho - (curva-se todo, falando para a barriga) olá mano. Eu sou o Gabriel. Depois quando tu cresceres já podes brincar comigo... Mãe - sabes tu tens uma doutora Teresa e a mãe tem um doutor Miguel... Filho - e o pai como se chama o dr. Dele? Pai - Leonor é a dra Leonor. Mãe - amanhã vamos os três ao dr Miguel e vamos tentar ver o mano numa televisão. Filho - (a querer levantar-se). Sim vamos todos rápido... .........

O segundo filho gera mais expectativas que o primeiro

Isto dito de forma mais simples é "vou ser pai pela segunda vez", mas isso é tão simplista que fica já combinado que jamais o direi desta forma. Seja a quem for, em que circunstância for. O significado da repaternidade  é algo que nem eu nem a S. conseguimos ainda interiorizar. Sempre o quisemos - das primeiras vezes que falámos do assunto tínhamos até nomes para três, mas a idade de um e de outro já o desaconselha - e foi com alegria que ficámos a saber que lá para abril do próximo ano cumprimos aquela suposta obrigação de deixar no Mundo tantos quantos fomos (como se isso fizesse falta alguma num planeta sobrepovoado como o nosso). Mais do que isso, eu filho único me confesso (poderia confessar também a S., igualmente filha única): o que fizemos foi dar um salto para algo que desconhecemos em absoluto. E isso preocupa-me vezes sem conta. Claro que tive primos e amigos com irmãos, que percebo o conceito de uma vida a quatro numa casa, mas experiência tenho zero. Jamais t

Quando o ATL se transforma em algo mais

Primeiro dia no pré-escolar, e a frase da semana: - Já tenho farda como os meninos do hotel!

Porque há dias para lembrar

Descobri esta versão de uma canção dos Arcade Fire que tantas vezes usei para adormecer o G. Na verdade, foi o G que a descobriu, com a mãe, e daí até mim foi um pulinho, «In an ocean of noise I first heard your voice Ringing like a bell As if I had a choice, oh well!» PS: Este é um dia feliz (ao contrário do resto não transcrito aqui da letra desta canção)

Uma dúvida (e o primeiro dia de praia com a escola)

São quase 16.30 do primeiro dia em que o G. foi com a escola para a praia pela primeira vez. Voltavam às 11.45. Até agora não me telefonaram a dizer que algo correu mal. Das duas uma: ou correu tudo bem ou o meu filho conseguiu perder a chave do autocarro e destruir os telemóveis das educadoras todas...

Soltas - aos três anos e quatro meses

Na loja para comprar uns chinelos para a praia o pai diz "boa noite"; a mãe acrescenta "boa noite, vínhamos à procura de uns chinelos, sabe, o peito do pé dele é alto..." mas é interrompida pelo petiz. "Olá senhora. O meu número é o 27". «Muito bem», responde-lhe a moça. «E de que cor gostas mais?» Ele, já sentado no banco, olha de lado, estica o braço - como que apontando para a desejada - e responde: «Azul». E assim se faz um negócio em menos de 5 minutos. Só faltou ser ele a pagar, claro. ------ Na feira do livro, já depois de voltas e voltas, cansado, com vontade de dormir uma sesta, o jovem pede colo à mãe. Exausta, a bonita jovem tenta negociar um período no chão, o que me leva a intervir. «Filho, queres vir um bocadinho ao colo do pai». A resposta do petiz sai-lhe disparada: «Nãããõ» (assim mesmo, arrastada, com tom de desprezo...). Como que sentindo que era conveniente justificar-se, lá se deu ao trabalho, enquanto, com os dedos de uma mão f

O primeiro derby do G.

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Ontem foi a ansiedade. Seria realmente boa ideia levar um miúdo de três anos a ver o seu primeiro jogo de futebol? Sobretudo, sabendo eu que para ele o jogo se confina, por enquanto, a um ou dois corredores, e aos nomes repetidos do Joche (Jesus), do Cadocho (Cardozo), do Rosa (Miguel Rosa) e do Fébi (Fredy), isto além do Cristiano (Ronaldo). Dizendo ele que é do Belém, muitas vezes o apanho a gritar pelo Quica. Vai daí, convencido pelo argumento «é melhor levá-lo a ver um jogo do Belém antes que o Belém acabe» e aproveitando o facto de estar de folga e de haver um Belém-Quica, lá levei a família toda, e mais o Batista, amigo que é porteiro da escola do rapaz, ao Restelo. Não levava grande fé, mas levar o G. garantia à partida que acontecesse o que acontecesse, iria sempre ter com que me entreter. Logo à chegada, ficou maravilhado. A imensidão de um estádio cheio de gente - nunca ele vira tanta gente junta - arrancava-lhe genuínos sorrisos de embevecimento. Descobria com

Contas à vida

É uma informação inútil, mas que me deu que pensar: assim a vida o permita e a 23 de junho deste ano vou celebrar os 15 mil dias por cá. Destes. 1225 terão sido passados já como pai; 2039 oficialmente ao lado da mãe dele. Será sempre a somar, por mais 15 ou 16 mil com os dois. É, depois, possível fazer todo o tipo de contas. E perceber que desde que nasci até que a minha mãe morreu passaram 14456 dias. E pareceram-me tão poucos. Se alguém quiser deitar contas à vida, siva-se à vontade aqui .