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Murcho

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                                                                    Fonte: google Há dias em que nos sentimos assim. Desmotivados. Com dúvidas. Sozinhos. Abandonados, até. O bom destes dias é que há sempre um dia depois deles.

A propósito de um psicólogo

Ao José Carlos Dias. Psicólogo. Ex-jornalista, um amigo. O assunto é tabu. Mas não devia ser. Não são, ao contrário do que a ignorância faz crer, os maluquinhos os únicos a recorrer aos serviços de um psicólogo. Bem pelo contrário. A decisão é, quase sempre, um sinal de lucidez extrema. Assim foi comigo. Consumido por uma ansiedade que não conseguia travar, segui o conselho de um bom amigo e consultei seu psicólogo. José Carlos Dias. Era bom, dizia-me o R.. Ajudara-o. E até o compreendia melhor por, também ele, ter sido jornalista. Fui lá. Gostei dele ao primeiro contacto. Não falava muito (provavelmente nem devia), mas ao fim de uns meses deixei de precisar de lá ir. Ainda hoje não sei o que ele me fez, mas tirou-me a ansiedade. Curou-me. Devolveu-me a vida e a alegria de viver. Ou mostrou-me o caminho para o conseguir. Disse-me que eu estava no fundo de um vale, e que, quando subisse a montanha, mesmo que voltasse a descer, teria sempre as ferramentas para travar a queda. ...

Das conversas por aí

- Estás sempre tão bem disposto, com tão bom humor. -Não, nada disso. Se queres saber, brinco com as pessoas de quem gosto, mas sinto uma infelicidade profunda.

Da felicidade

Seria um exagero dizer que a felicidade morreu, claro que seria. Mas a felicidade deixou, claramente, de ser una e indivisível. Assim, se por um lado a minha vida familiar me preenche e aquece, reconfortando, sei hoje que haverá buracos que sempre ficarão por preencher. Pelos que partiram. Pelos que ficam, a quem os que partiram lhes faltam. Dia a dia. Todos os dias.

Funerais em tempo de crise (o assunto que parece ser tabu)

A morte da minha mãe, há pouco mais de uma semana, foi o meu primeiro contacto directo com o incrível mundo das agências funerárias. Na hora de dor, o que todos procuramos é uma rápida resolução do problema. Pegamos no telefone, ligamos para uma agência à sorte (afinal, raramente conhecemos o que lá vem) e entregamo-nos sem reservas. Uma hora depois está um funcionário em nossa casa, passamos pelo incómodo de escolher um caixão, por exemplo, entre outros, e acabamos confrontados com um preço que nos deixa estupefactos. No meu caso, fui aconselhado por um tio a não telefonar para a Servilusa. Sugeriu-me antes os serviços de uma pequena agência que opera em Alcântara e Santo Amaro. Ao que parece, tal pormenor ter-me-à poupado uns bons milhares de euros. No caso concreto do funeral da minha mãe deixei claro ao senhor da tal agência que queria tudo o mais simples possível - claro que fiquei chocado quando soube que, por exemplo, quanto mais simples for o caixão mais caro é, pelo que ac...

O Sentido da Vida (2012)

Durante uns tempos - largos - andei a matutar na ideia de que a vida é uma grande treta. Que passamos por cá a ver os que nos são queridos em dificuldades, a perder contacto com amigos, a ver morrer aqueles de quem gostamos. Ao mesmo tempo, percebemos que a vida não é um mar de rosas, que há uma tal de crise, que aqueles que mais estimamos andam entre a precariedade e o desemprego. Ontem resolvi o assunto do ponto de vista filosófico. E se, afinal, a busca pela felicidade for, apenas, a busca pela melhor forma de lidar com todas as tristezas?

De uma foto, de uma canção, da antiguidade

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 Em tempos tentei escrever um texto em inglês sobre esta foto. A ideia fazia parte de um projecto conjunto com uma moça húngara que viria a conhecer pessoalmente um ou dois meses depois, por ocasião de uma visita a Budapeste. Szuszana Gaçsi é o nome dela - crédito à foto - e a viagem a primeira que, em lazer, fiz sem companhia. Não consigo lembrar-me do que escrevi. Sei que era triste, o que a foto me transmitia. A regra era essa, a minha amiga publicava uma foto num blogue comum e eu escrevia sem saber onde tinha sido tirada a fotografia, ou qualquer outra informação. Era blind art, ou escrita às cegas, o que quiserem. Nunca chegou a ser arte, mas hoje precisei desta imagem. Por cá, por Portugal, entenda-se, o primeiro-ministro anunciou que os funcionários públicos ficarão dois anos (2012 e 2013) sem subsídio de férias e sem subsídio de Natal. Não me lembro de ter visto algo tão violento. Para já, a medida não me atinge, pois não sou funcionário público, mas não tenho ilusões:...

Sad, sad days lie ahead

Last Dance - The Cure (Entreat Version) I'm so glad you came I'm so glad you remembered To see how we're ending Our last dance together Expectant Too punctual But prettier than ever I really believe that this time it's forever But older than me now More constant More real And the fur and the mouth and the innocence Turned to hair and contentment That hangs in abasement A woman now standing where once There was only a girl I'm so glad you came I'm so glad you remembered The walking through walls in the heart of December The blindness of happiness Of falling down laughing And I really believed that this time was forever But Christmas falls late now Flatter and colder And never as bright as when we used to fall All this in an instant Before I can kiss you A woman now standing where once There was only a girl I'm so glad you came I'm so glad you remembered To see how we're ending Our last dance together Reluctantl...

Hóquei em Patins de mesa e umas quantas memórias

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Há casos em que 94 anos são 94 anos a mais. Finito.

24. O dia depois. O dia antes

Aquele 24 de Dezembro não foi um dia normal. E., que passara o dia anterior fechado em casa a chorar e a rezar, a rezar, a rezar e a rezar (rezou muito mais do que o que aqui se diz, mas a repetição excessiva é sempre de evitar), queria que Deus o levasse. A ele, sim, que já não aguentava passar mais dias 23 de Dezembro sozinho. Era o dia em que E., a sua mulher (sim, também E.) faria anos. E rezou. E chorou. Aquele 24 foi o dia depois de ele rezar e rezar e rezar e rezar (e muito mais rezou ele). No dia 25 Deus, o Deus a quem ele rezou e rezou e rezou e rezou a pedir que o levasse para junto da sua E., levou-o. Hoje é outra vez 24. De Dezembro. Passaram 11 anos daquele dia depois que também é dia antes. E uma faca corre, afiada, a chegar à ponta do nariz, a querer lembrar que numa só lágrima pode estar um mundo. E muito mais que isso...

Sérgio, já sabes a resposta?

"Quem eramos nós Quem queriamos ser E quais as esperanças Que a vida roubou" Acho que toda a vida haverá quem procure a resposta a estas perguntas. E talvez seja desta busca que acabe por emergir uma solução para cada um de nós.

Lido por aí

A Associação Portuguesa de Surdos lamentou ontem ao DN a falta de legendagem e de intérpretes da língua gestual portuguesa nos debates televisivos entre os líderes dos principais partidos concorrentes às eleições legislativas. "A melhor forma de ir ao encontro da comunidade surda-muda, sobretudo dos seniores, seria a de usar os intérpretes", referiu uma responsável da Associação. Eu, por exemplo, e talvez por ouvir, agradecia que os debates fossem transmitidos sem som, e apenas em lingua gestual!

Ouvido por aí

"A nossa geração? Queríamos tudo e acabámos por ficar com tão pouco..."

(Together) We will love the beach

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Retratos de um fim de semana marcante

Por aí na net...

"Poderia dizer que me nascem árvores no pulmão e me rasgam o peito à procura do sol que tu és. Poderia, sim. Seria uma imagem bonita. Seria um exagero. Mas não é exagero dizer que és o sol das árvores que me nasceriam no pulmão e furariam o peito à procura de um sol. Porque isso tu és."

Identidades

Tu és a fúria e a explosão. Tu não dormes nem respiras quando as palavras não te saem da boca, quando não te furam os tímpanos, de tão violentas, de tão arrebatadoras. Tu sabes o que vais ouvir. Nunca esperas nada de bom. Anseias, isso anseias, mas não esperas que aqueles lábios, aquela língua, te tragam o que gostarias de ouvir. Disparate, ouvir o que gostarias... o que gostarias mesmo era que a morte te chegasse em palavras, para te livrar desse ardor que querias fosse torpor. Procuras a dor ou a morte violenta. Nunca o meio termo. Nunca a anestesia. Amar ou apagar. Tu és isso, sim. Eu também...

Conversas soltas (apanhadas no ar)

1 . Ele, telemóvel em riste, calças cremes, impecáveis, polo azul, ainda antes de ir buscar uma garrafa de Carlsberg e sentar-se na esplanada. - Como é a tua vida? Eu posso ir ter contigo a Sete-Rios pelas sete e meia. - bzzzz bzzzzzzz - Quais angústias? Achas que depois deste tempo todo separados, alguém vai angustiar alguém? - Bzzzz bzzzzzz - Mas tu és uma rapariga tão inteligente, tão arrumada da cabeça, agora estás com isso... - bzzzz bzzzzzz - Sabes, eu gosto muito de ti. E ainda tenho muita esperança... - bzzzz bzzzzz - Esperança. Ainda tenho muita esperança... 2. Ela, na casa dos sweet little 16, sentada no café com duas amigas, atende o telemóvel e diz "podes falar à vontade". - Ai o Gonçalo é gay? - bzzzzz bzzzz - E gosta do André? - Bzzz bzzzzz - O André é gay? - Bzzzzz - Como é que vocês sabem isso? - bzzz bzzz - Foi a melhor amiga dele que contou? A melhor amiga dele contou isso? Essa é que merecia levar umas, grande cabra. - bzzzz bzzz (pelo meio, uma das amigas ...

A morte não é o fim

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Uma mão, duas mãos. Juntas. Dadas, como duas pessoas se dão. A selarem, em pedra, uma aliança que em terra se decidiu eterna. Sim, sê-lo-á. Porque há adeus que nunca são ditos. Porque há mãos que nunca se separam...

How inspiring can death be?

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Atrás, os mortos sorriem... Onde pode chegar um amor vampiro? (Cemitério Père Lachaise, Paris, Março de 2009) Fonte: NP

Começou

Um novo desafio que não tinha planeado, depois de um outro que não tinha planeado. Um arraque, outro arranque. Danças com lobos, lírios no campo. Se entrei nisto foi para ganhar, se entrei nisto é para ganhar.