De uma foto, de uma canção, da antiguidade
Em tempos tentei escrever um texto em inglês sobre esta foto. A ideia fazia parte de um projecto conjunto com uma moça húngara que viria a conhecer pessoalmente um ou dois meses depois, por ocasião de uma visita a Budapeste. Szuszana Gaçsi é o nome dela - crédito à foto - e a viagem a primeira que, em lazer, fiz sem companhia.
Não consigo lembrar-me do que escrevi. Sei que era triste, o que a foto me transmitia. A regra era essa, a minha amiga publicava uma foto num blogue comum e eu escrevia sem saber onde tinha sido tirada a fotografia, ou qualquer outra informação.
Era blind art, ou escrita às cegas, o que quiserem. Nunca chegou a ser arte, mas hoje precisei desta imagem.
Por cá, por Portugal, entenda-se, o primeiro-ministro anunciou que os funcionários públicos ficarão dois anos (2012 e 2013) sem subsídio de férias e sem subsídio de Natal.
Não me lembro de ter visto algo tão violento. Para já, a medida não me atinge, pois não sou funcionário público, mas não tenho ilusões: atingirá no futuro. De igual modo, ou pior. Por força dos amigos que verei desesperados, dos desconhecidos que saberei sem saída.
Agora sei que o problema já não sou eu, nem os meus. Imagino como viver num mundo virado do avesso, sinto-me nauseado. Sei que nas farmácias mais de mil medicamentos estão já esgotados. Sei que os cortes levarão a mais desemprego, a mais incumprimentos de pagamentos. E escrevo, aqui, para dizer que o sei. Que se o mundo acabasse amanhã, eu hoje teria dito que sei tudo isto.
De que servirá? De nada, possivelmente, mas ao menos utilizei esta foto de novo.
Pior que uma última dança, só uma última dança na solidão de umas águas furtadas. Aqui, na Hungria ou na Polónia.
Não consigo lembrar-me do que escrevi. Sei que era triste, o que a foto me transmitia. A regra era essa, a minha amiga publicava uma foto num blogue comum e eu escrevia sem saber onde tinha sido tirada a fotografia, ou qualquer outra informação.
Era blind art, ou escrita às cegas, o que quiserem. Nunca chegou a ser arte, mas hoje precisei desta imagem.
Por cá, por Portugal, entenda-se, o primeiro-ministro anunciou que os funcionários públicos ficarão dois anos (2012 e 2013) sem subsídio de férias e sem subsídio de Natal.
Não me lembro de ter visto algo tão violento. Para já, a medida não me atinge, pois não sou funcionário público, mas não tenho ilusões: atingirá no futuro. De igual modo, ou pior. Por força dos amigos que verei desesperados, dos desconhecidos que saberei sem saída.
Agora sei que o problema já não sou eu, nem os meus. Imagino como viver num mundo virado do avesso, sinto-me nauseado. Sei que nas farmácias mais de mil medicamentos estão já esgotados. Sei que os cortes levarão a mais desemprego, a mais incumprimentos de pagamentos. E escrevo, aqui, para dizer que o sei. Que se o mundo acabasse amanhã, eu hoje teria dito que sei tudo isto.
De que servirá? De nada, possivelmente, mas ao menos utilizei esta foto de novo.
Pior que uma última dança, só uma última dança na solidão de umas águas furtadas. Aqui, na Hungria ou na Polónia.
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