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A mostrar mensagens de 2012

Um filho e a perda da avó

De repente é dia 31 de Dezembro e já lá vão praticamente 5 dias desde que a minha mãe nos deixou. Hoje como naquele dia, vou-me segurando como posso e se por um lado ter um filho por perto é algo que muito ajuda a rir, genuinamente, é também por ele que muitas vezes as lágrimas vêm aos olhos. Custa, por exemplo, pensar que ele não volta a ver a avó, mais ainda quando ele começa a dar sinais de não entender o porquê do súbito desaparecimento. A meio da sesta da tarde, por exemplo, acordou aos gritos. Quando lá cheguei, olhei para todos os lados e perguntou, perdido: «Avó?». O normal seria acordar à tarde, da sesta, e a avó estar na sala, onde, juntos, brincariam até a avó se cansar e ele ficar com as pilhas a meio. Tive de explicar-lhe que a avó não estava cá, isto enquanto tentava disfarçar as lágrimas. Prometi-lhe que se fizesse "ó-ó" iríamos ver o avô a seguir - (estava já combinado um lanche) e lá o convenci a continuar a sesta. Acordado, papa devorada, hora de sai

Para um filho, começando por um pai...

Não há outra forma de dizê-lo, pai: anteontem, a mãe morreu. Haverá? Foi-se, partiu, deixou-nos, faleceu, desencarnou, não resistiu... Que diferença faz? Foi uma maldita pneumonia que a levou, eis o que constará dos relatórios dos médicos. Que o líquido nos pulmões a enfraqueceu, que o coração ficou fraco, que os rins pararam, que o corpo não conseguiu reagir à medicação. Tretas. Quer dizer, tudo verdade, mas tretas. Não foi nada disso. Filho, a tua avó não era deste mundo. Regressou a casa, apenas. Era um anjo entre nós, e dela tenho agora tanto para te contar que já sei que nunca tal caberá na pequenez dos meus dedos, nem na velocidade do meu pensamento... Poderia começar por dizer-te, filho, que a tua avó Zé, a buó, como lhe chamas, era o tipo de pessoa que dava as camisolas caras, que recebia de presente, a pessoas que delas mais precisavam, que o dizia, orgulhosa e sem problemas, a quem lhas dava. Que a tua avó, filho, era o género de pessoa que saía de casa, todos os dias

O Sentido da Vida (2012)

Durante uns tempos - largos - andei a matutar na ideia de que a vida é uma grande treta. Que passamos por cá a ver os que nos são queridos em dificuldades, a perder contacto com amigos, a ver morrer aqueles de quem gostamos. Ao mesmo tempo, percebemos que a vida não é um mar de rosas, que há uma tal de crise, que aqueles que mais estimamos andam entre a precariedade e o desemprego. Ontem resolvi o assunto do ponto de vista filosófico. E se, afinal, a busca pela felicidade for, apenas, a busca pela melhor forma de lidar com todas as tristezas?

No fundo, isto é só para guardar o texto

A propósito do novo acordo ortográfico, li há tempos este texto na internet. Porque quero guardá-lo, posto-o aqui. É, no mínimo, um exercício inteligente de português - e de inteligência. Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam . Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros . Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas . É um fato que não se pronunciam . Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ? O que estão lá a fazer ? Aliás, o qe estão lá a fazer ? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade . Outra complicação decorre da leitura

Mas...

Aquele momento em que uma choradeira incontrolável enquanto se dorme é resolvido simplesmente com duas festas na barriga e a oferta para a mão de uma girafa de peluche...

Carta a um filho (para memória futura)

Meu querido, Já levas quase dois anos de vida e neste quase entra o exagero de um pai que ao ver-te com 19 meses se pergunta para onde foi o tempo passado, por onde veio, por entre que dedos fugiu. Ainda não falas - ou melhor, falando não conversas, porque de português vais sabendo apenas naum, pê-pê, que é a tua pera, bô, abuó, manman, pápá, opa, e mais meia dúzia de coisas - mas entendes o que te vou dizendo. Percebes quando vais para a escola do Tigre, que é como chamo à creche onde andas, porque lá tem na parede a pintura de bonecos gigantes do Winnie the Pooh e do seu amigo tigre, mas se te tentasse falar de economia o mais certo seria que me olhasses, me virasses costas e dissesses uma daquelas tuas frases: "otapa manupch etetei mamã".. E é por isso que te escrevo. Não faço ideia de como será a tua vida quando leres esta carta - se alguma vez chegares a lê-la - mas importa que percebas um pouco como chegámos ao dia de hoje, e porque chegámos aqui com a necessidade

Hotel Riu Guaraná - as (más) lições de poupança

Localização:  Quinta do Milharó Olhos D'Agua - Algarve. Tel: (+351) 289 598 140  Preço: €184 euros /noite, duas pessoas, com Tudo Incluído (TI) Tripadvisor: (aqui) Site oficial: (aqui) Estreio aqui o registo de análise a hotéis. Não sei se irei voltar a fazê-lo, mas há umas quantas coisas que me apetece dizer sobre este hotel da cadeia RIU, situado em Olhos de Água, no Algarve, e onde passei umas quantas noites (e dias) na semana passada. Antes de mais, o Riu Guaraná é um hotel que funciona no regime Tudo Incluído, o que na prática significa que o cliente paga uma taxa diária e tem direito não só à dormida, mas também a comer e beber tudo o que lhe apetecer, sempre que lhe apetecer. Está bom de ver que este é um cenário agradável para quem passa o ano a preocupar-se com comida e que quer, por uma vez, tirar uns dias em que pode dar folgas ao cérebro. Ora, sendo o Riu Guaraná um hotel que funciona no regime Tudo Incluído, é legítimo esperar-se que tente cortar ao máximo na

Páh

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Há um ano, tinha o G um mês e uns quantos dias, brindou-me com um sorriso. Na verdade, para ser exacto deveria ter escrito com O sorriso, carregando mesmo no "shift" para tornar o "o" em maísculo, uma vez que aquele sorriso foi o primeiro que a pequena criatura esboçou depois de nascer. Hoje, um ano volvido sobre esse dia, houve muito mais que um sorriso, houve também sorrisos para muito mais gente que para mim, e tudo isso foi magnífico. Como o foi o cartão que na creche as educadoras prepararam para mim, com a colaboração do G. Posso dizer sem arriscar muito que este foi o primeiro dia do pai em que alguém me chamou pai e me sorriu ao mesmo tempo. No próximo - daqui por um ano - alguém há de sorrir, chamar pai e fazer algo mais; e daqui por dois anos em vez de três pérolas para recordar terei quatro, ou cinco, ou seis. Quando se é pai, há um desafio que assume prioridade sobre todos os outros na vida: viver sempre mais um dia, mais um ano, para ver sempre mais

Ausente, sim

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Porque será?

Às vezes a cor

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Há mesmo várias formas de ver o.Mundo. qual é a tua?