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urgências

Que a SS saiba sempre e a toda a hora que com ela tenho vivido o amor na plenitude. Que antes dela era incompleto. Rir com alegria -mesmo stressando - com as maravilhosas conversas dos miúdos ao deitar ('só agora temos tempo para falar, porque já não estamos distraídos com outras coisas'). Aliviar a vida para que o trabalho não me mate. Dizer todos os dias 'amo-te' a todos os que amo. A minha Suka, miúdos, pai, sogro. Ser chamado ao gabinete médico para me darem uma droga qualquer que me livre deste ataque de pânico que me fez pensar que estava a morrer.

A Dama (e o Vagabundo)

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O primeiro cão de que tenho memória é o Dick. Nunca parei para pensar como se escreveria o seu nome, até porque na altura nem ler sabia, mas o Dick era um cão preto, rafeiro, porte médio, que vivia em casa dos meus avós Dulce e Luís. Era o cão mais pacato da história.  Os putos saltavam-lhe para cima e faziam dele cavalo e o pobre Dick nem ladrava. Andava até ao canto onde ficava a sua manta e deitava-se. Lembro-me de outros cães que me marcaram. O Taipan, um boxer maravilhoso, do Duffy, um louco que eu ia buscar a casa dos meus avós para passear e que tratava como meu. E de mais uns quantos. Mas no top-3 dos que mais me marcaram estão estes. Que ainda hoje admiro e tenho por amigos, embora há muito tenham ido para Timbuktu.   Dito isto, importa explicar que sempre, na minha vida, o amor de/e por um cão foi algo presente. Não querendo dizer que sou boa pessoa, acho que serei melhor pelo que aprendi com os animais. O respeito, a lealdade e a confiança. A amizade,...

covid-19 (dia 51 - 3/05) - Dia da mãe

Dia da mãe. Cá em casa assinalado com dois postais. Um escrito e desenhado por ele; outro pré-comprado (de flores) a que ela colou autocolantes bonitos e aos quais se juntou uma frase que lhe saquei. Dia da mãe. Saudades da Zé. E da Manuela que nunca conheci. Um vazio grande na nossa vida. E a certeza de que nestes tempos tão incertos, os meus filhos estão bem servidos de uma. Que os adora. Que os ama. Que os atura. Que não os atura. Que é tão humana quanto uma mãe pode ser. Que eu amo, claro. E amarei. Não consegui algo mais que esses desenhos, esses postais. E, na verdade, é preciso algo mais? São 51 dias disto e hoje a mais nova perguntou: quando é que o corona acaba. Respondemos-lhe: se tudo correr muito bem (não temos certezas disso, mas esperamos que sim) daqui a 30 ó-ós voltas à escola. Já passou mais de metade e mesmo sendo muito tempo, pode ser que esteja para acabar. Entretanto a Espanha vai alargar por mais 15 dias o Estado de Emergência. Enquanto nós continuamos cheio...

A voz (avós?)

Em 2012, de "herança" calhou-me o telefone da minha mãe. Lembro-me bem de ligar para lá, de ouvir a voz dela: "Ligou para os Zés. De momento não podemos atender. Deixe mensagem". Gravei o som. Achava eu que ia esquecer aquela voz. Disse-me a Suz que isso jamais aconteceria. E é verdade. Ainda hoje a voz aqui está. Sempre, e só, sob a forma dessa mensagem, é verdade, mas está. E se é para deixar hoje uma mensagem, é fácil: tenho saudades tuas! Parabéns!

"Não te acho lá muito bonito"

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Há dias fiz questão de lembrar o meu mais velho de que a pessoa mais gira e fixe do Mundo em breve faria anos, e fi-lo sem mencionar o meu nome - na esperança de que ele adivinhasse... Lá chegou, com maior ou menor dificuldade, o que nos levou para uma deliciosa conversa que faço questão de passar a escrito, para que quando a memória nos atraiçoar, possamos recordá-la... - Porque é que te riste quando eu disse que era a pessoa mais gira do Mundo a fazer anos? - Porque não te acho lá muito bonito. - Como não? O que é que me falta para ser bonito? - Sabes? acho que  não tens lá muito estilo. - Não tenho estilo? Então o que é ter estilo? - É ser assim como os Elfs. - Os Elfos? - Sim, os Elfs. - Mas do que estás a falar? O que têm os Elfos de especial? - Então, têm muitos dourados. Têm aquelas roupas brancas, às vezes azuis, com muitos dourados. - Os elfos têm roupas azuis? - Sim, com dourados. E mexem-se muito bem. São magrinhos, também. - Então mas ser magrinho é...

Os filhos e o futebol

Foi uma decisão tomada em conjunto e que me parece sensata: em momento algum diríamos aos nossos filhos para serem do clube A ou B. A coisa é tanto mais importante quanto que eu e ela eramos (e continuamos a ser) apoiantes de clubes diferentes. Ora, o facto de eu ser do Belenenses e ela do Benfica gerou alguns dissabores durante a noite, sobretudo porque os nossos clubes se defrontaram (não foi bem assim, que o meu não compareceu ao jogo e mandou apenas uns rapazes com a camisola vestida e acabou a levar 6-0) e eu, imbuído pelo espírito que nos últimos tempos me levou a ir até aos estádios para o miúdo ver futebol ao vivo  - e para fazer coisas com ele - levei-o. Antes tinha-o levado ao Belenenses-Rio Ave, ao Belenenses-Altach e ao Portugal-França. Como também viu um treino da Seleção no Estoril, ficava com o pleno dos estádios de I Liga em Lisboa. Posto isto, percebi hoje que para os dois é importante que o nosso filho seja adepto do nosso clube. Ou melhor, percebi que para el...

Quatro

Desde as 20 de dia 20. Somos uma família feliz

Picadas na barriga

G - Mãe, a D. tem picos? Mãe - Não, filho porquê? G - Porque tu estavas a dizer que picadas na barrirra (é assim o som de barriga naqueles quatro anos adoráveis)

Vai ser uma mana...

Eu e a S. decidimos conferir alguma solenidade ao acto de informar o G. de que o resultado da ecografia morfológica confirmou aquilo de que já vinhamos suspeitando: que o bebé que lá vem é uma menina. Como quem não quer a coisa, a S. veio ter comigo perto do meu trabalho e levámo-lo ao "cóscurante da menina" que é nem mais nem menos que um H3 onde ele fez amizade com uma das empregadas (uma cena deliciosa, diga-se). Sentado à mesa, entre uma dentada num croquete e um disparate, lá decidimos levar a cabo o plano. S -  Sabes, G, eu e o pai fomos ao doutor da mamã G - Fomos? S - Não, eu e o papá é que fomos, tu não. Eu - E sabes o que é que o doutor disse? G - Sim. S e Eu - Sim? O quê? G - (Silêncio) S - Bom, o doutor esteve a ver o bebé na televisão e disse que é uma menina. Vais ter uma mana. E vai chamar-se D. G - (silêncio; boca aberta, sustém a respiração durante cinco segundos, depois de o lábio de baixo tremer como se fosse chorar) Mmm, mm, mas eu vou ter um...

A voz

Quando a minha mãe morreu, está quase a fazer dois anos, tive uma preocupação daquelas tolas, que só tem quem perde os que ama. E se um dia esquecesse a sua voz? Gravei-a, pois, para me assegurar de que tal não aconteceria. Tenho no meu email, para nunca perder, o ficheiro de som com a única voz que dela podia, então, ouvir. "Fala a Zé. De momento não posso atender. Deixe mensagem." Das primeiras vezes que ouvi chorei. Descontrolado, talvez. Gravá-la, aliás, já foi sinal de descontrolo, diria hoje. Mas, raios, quem quer controlar-se depois de perder a mãe? Contei-o à S. e ela disse-me que não precisava. Que não esquecia a voz dela. E que eu também não esqueceria. Eu tinha esse receio, sim. Mas hoje apercebi-me de que a S. estava certa. A voz que ouvi era igual à que oiço tantas vezes no silêncio quando quero recordar a minha mãe, O texto, esse, é que é sempre o mesmo. Talvez por ser o que tenho à mão. Dia 26 assinala-se o segundo aniversário da partida dela. Não cons...

Olha, vais ter um mano (um momento lindo em família)

Domingo de manhã. Família deitada, um plano por cumprir. Pai - olha filho, põe a mão na barriga da mãe. Mãe - o pai e a mãe têm uma coisa para conversar contigo. Já viste que a barriga da mãe está grande? Sabes o que è? Filho - sim. É da comida. Mãe - então se eu acordei agora e não comi, como pode ser da comida? Que pode ser mais? Filho - é um bebé? (Disse a sorrir) Mãe - sim. Pode ser um mano ou uma mana. Filho - tu tens um bebé na barriga? (Sorriso a crescer) Mãe - sim e podes ir falar com ele quando quiseres, para ele saber que estás aqui. Filho - (curva-se todo, falando para a barriga) olá mano. Eu sou o Gabriel. Depois quando tu cresceres já podes brincar comigo... Mãe - sabes tu tens uma doutora Teresa e a mãe tem um doutor Miguel... Filho - e o pai como se chama o dr. Dele? Pai - Leonor é a dra Leonor. Mãe - amanh...

O segundo filho gera mais expectativas que o primeiro

Isto dito de forma mais simples é "vou ser pai pela segunda vez", mas isso é tão simplista que fica já combinado que jamais o direi desta forma. Seja a quem for, em que circunstância for. O significado da repaternidade  é algo que nem eu nem a S. conseguimos ainda interiorizar. Sempre o quisemos - das primeiras vezes que falámos do assunto tínhamos até nomes para três, mas a idade de um e de outro já o desaconselha - e foi com alegria que ficámos a saber que lá para abril do próximo ano cumprimos aquela suposta obrigação de deixar no Mundo tantos quantos fomos (como se isso fizesse falta alguma num planeta sobrepovoado como o nosso). Mais do que isso, eu filho único me confesso (poderia confessar também a S., igualmente filha única): o que fizemos foi dar um salto para algo que desconhecemos em absoluto. E isso preocupa-me vezes sem conta. Claro que tive primos e amigos com irmãos, que percebo o conceito de uma vida a quatro numa casa, mas experiência tenho zero. Jamais t...

Contas à vida

É uma informação inútil, mas que me deu que pensar: assim a vida o permita e a 23 de junho deste ano vou celebrar os 15 mil dias por cá. Destes. 1225 terão sido passados já como pai; 2039 oficialmente ao lado da mãe dele. Será sempre a somar, por mais 15 ou 16 mil com os dois. É, depois, possível fazer todo o tipo de contas. E perceber que desde que nasci até que a minha mãe morreu passaram 14456 dias. E pareceram-me tão poucos. Se alguém quiser deitar contas à vida, siva-se à vontade aqui .

Carta a um filho (para memória futura)

Meu querido, Já levas quase dois anos de vida e neste quase entra o exagero de um pai que ao ver-te com 19 meses se pergunta para onde foi o tempo passado, por onde veio, por entre que dedos fugiu. Ainda não falas - ou melhor, falando não conversas, porque de português vais sabendo apenas naum, pê-pê, que é a tua pera, bô, abuó, manman, pápá, opa, e mais meia dúzia de coisas - mas entendes o que te vou dizendo. Percebes quando vais para a escola do Tigre, que é como chamo à creche onde andas, porque lá tem na parede a pintura de bonecos gigantes do Winnie the Pooh e do seu amigo tigre, mas se te tentasse falar de economia o mais certo seria que me olhasses, me virasses costas e dissesses uma daquelas tuas frases: "otapa manupch etetei mamã".. E é por isso que te escrevo. Não faço ideia de como será a tua vida quando leres esta carta - se alguma vez chegares a lê-la - mas importa que percebas um pouco como chegámos ao dia de hoje, e porque chegámos aqui com a necessidade ...

Afinal isto existe

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O que ganhei eu? Além de três anos muito bons, ganhei um novo país por quem torcer nos Mundiais de futebol, uma nova cidade para incluir em todos os planos de viagem, um filho, uma vida, uma família. Afinal isto existe. E nem vale a pena dizer muito mais. Ganhei-me a mim. Obrigado

Estado líquido Fusion

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30 Setembro 2011

I'm not scared anymore

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The Mission - Like a Child Again I'm not scared anymore I'm not scared of the dark when I sleep with you And I'm feeling alive And I'm feeling strong again when I'm with you And it hits me Just like a runaway train And it blows me away Just like a hurricane You can make me happy and I hope you feel the same You make me feel just like a child, a child again I'm not trapped anymore Between Madonna and the whore when I lay with you And the days run away Like wild horses run away when I'm with you And I'm breathing you in Just like the morning air And I'm wrapping you around Just like a skin to wear Oh sweet thing I'm born once again For you sweet thing Just like a baby again You make me happy and I hope you feel the same And I'm in Heaven and it feels like a gentle rain You make me happy and I want you to feel the same You make me feel just like a child A child again

No U-Turn

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Aos 28 deste Abril, sinal de proibição de inverter o sentido de marcha. O mesmo é dizer: tempo de seguir em frente. Sem obstáculos à vista, o caminho não foi fácil nem agradável, mas chegar aqui inteiro foi uma vitória. Não é hora de sorrir, pois nada há a celebrar. Os sorrisos estão guardados, sim, para usar a partir daqui. A 100 por cento e sem obstáculos pela frente. Vamos a isto os três, vá. (viva nós)

Um sorriso

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Escasseia o tempo para escrever no blogue, mas não as emoções. Foi a 15 de Fevereiro que o Gabriel (me) nasceu e desde então tenho vivido os melhores dias da minha vida. O melhor mês já lá vai, na certeza porém de que este que já vivemos será, de novo, o melhor de sempre, ainda que menos bom que o terceiro. É, pois, ponto assente: quando temos um filho, ganhamos outra vida. A dado momento, todos teremos pensado que fizemos grandes revoluções. Talvez ao mudar de emprego, ao trocar a namorada, ao escolher o carro dos sonhos, ao fazer aquela viagem inesquecível. A dado momento todos tivemos a maior alegria do Mundo. Aquele golo da nossa equipa naquele jogo decisivo, a explosão de felicidade, em frenética euforia, em espasmo de realização máxima. A verdade, caros amigos, é que esta é uma felicidade diferente. Em momento algum dei por mim perto de saltar e gritar para comemorar. É uma alegria serena, uma implosão por oposição à explosão. Algo que nos vai entrando muito devagar na alma, talv...

Nasceste-ME

Um filho não nasce. Nasce-nos um filho. E como outras coisas que nos nascem, um filho é algo que - sabemos da primeira vez que ele nos olha nos olhos - nos vai continuar a nascer a cada dia. E que nos faz renascer. É fácil dizer o que já toda a gente disse. Mas como é verdade, eu digo também. Um filho é a expressão do amor como nunca alguém o conseguiu explicar.