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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Sofrer sem rádio

Não ter relato, apenas um telefone com internet e uma aplicação que sinaliza os golos. E em silêncio passar 90 minutos a ver se temos rede. Sofrer é isto.

Olha, vais ter um mano (um momento lindo em família)

Domingo de manhã. Família deitada, um plano por cumprir. Pai - olha filho, põe a mão na barriga da mãe. Mãe - o pai e a mãe têm uma coisa para conversar contigo. Já viste que a barriga da mãe está grande? Sabes o que è? Filho - sim. É da comida. Mãe - então se eu acordei agora e não comi, como pode ser da comida? Que pode ser mais? Filho - é um bebé? (Disse a sorrir) Mãe - sim. Pode ser um mano ou uma mana. Filho - tu tens um bebé na barriga? (Sorriso a crescer) Mãe - sim e podes ir falar com ele quando quiseres, para ele saber que estás aqui. Filho - (curva-se todo, falando para a barriga) olá mano. Eu sou o Gabriel. Depois quando tu cresceres já podes brincar comigo... Mãe - sabes tu tens uma doutora Teresa e a mãe tem um doutor Miguel... Filho - e o pai como se chama o dr. Dele? Pai - Leonor é a dra Leonor. Mãe - amanhã vamos os três ao dr Miguel e vamos tentar ver o mano numa televisão. Filho - (a querer levantar-se). Sim vamos todos rápido... .........

Carlos do Carmo: bonita homenagem

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Bato palmas, de pé,a quem, na Rádio Comercial, teve a ideia (e a pôs em prática) desta belíssima homenagem ao Carlos do Carmo.

Vistos Dourados à portuguesa

Se fores um corrupto estrangeiro e comprares uma casa de 500 mil euros em Portugal, recebes um visto dourado e passas a poder andar livremente pela Europa. Se fores um corrupto português que vende vistos dourados aos corruptos estrangeiros, então vais preso. Ironias da portugalidade. (quem diria: tantos amigos de Cavaco Silva metidos ao barulho)

Legionella num país a sério

Dizem que com a idade vamos ficando mais brutos (isto há de dar uma crónica) e é bem capaz de ser verdade. Pelo menos paciência vamos perdendo. E é por isso que hoje digo sem problemas que estou farto de ver que em Portugal nada acontece a quem não cumpre leis, a quem é chico-esperto, a quem prejudica os outros para ficar melhor. A propósito do surto de legionella, que matou até à data cinco pessoas e levou centenas para os hospitais, fala-se de crime ambiental cometido por uma empresa privada. Presumo que no fim nada lhes aconteça. Ou, pelo menos, nada que a todos nos faça sentir que foi feita Justiça. Num país a sério eu sei o que acontecia: os responsáveis da empresa eram julgados por crime ambiental e por homicídio por negligência; a empresa pagava ao Estado tudo o que este gastou a tratar os doentes; a empresa indemnizava todos os que ficaram doentes; a empresa pagava indemnizações exemplares aos que perderam familiares. Se, no fim, a empresa não tivesse como pagar, fechav

Arrogância intelectual

A propósito disto: "Caro colega, O texto assinado por si que saiu no PÚBLICO de 5 de Novembro com o título de “Ciência diluída” deixou-me profundamente zangado: o seu ataque à homeopatia não tem pés nem cabeça, é insultuoso, mentiroso, e demonstra uma ignorância inacreditável porque a homeopatia começa a ser levada a sério pela medicina convencional em todo o mundo e há protocolos homeopáticos em uso e experimentação pelos mais rígidos e incrédulos cientistas das mais perfiladas instituições académicas e hospitalares. Houve um dia em que acordei de manhã com um alto no pescoço. Verifiquei com o meu dentista: não tinha nada que ver com dentes. Depois fui ao meu otorrino: “O senhor tem uma massa na faringe”. Fui fazer um TAC: era um cancro de grau IV – ou seja, letal. Metástases na cadeia linfática, etc. Consultei vários oncologistas aqui e ali e até acolá (no estrangeiro): três a quatro meses de vida.  As armas deles, nucleares (rádio), químicas e convencionais (cirurgia), n

A vida num jogo de computador

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Nos últimos dias vou tendo cada vez mais dificuldade para conversar com os meus amigos: andam, muitos deles, a estudar o mercado e à procura de jogadores para reforçar as suas equipas de futebol. E não, não sou amigo da maioria dos diretores desportivos ou presidentes de clubes de futebol. Simplesmente, anda aí o novo Football Manager (o 2015) que, na eventualidade de alguém não saber o que é é um jogo de computador que nos coloca na pele de – como é que adivinharam? – manager de um clube à nossa escolha. Desde a versão 2010 que estou limpo desse vício. Em grande parte por razões económicas – já não tenho vida para andar a juntar dinheiro para comprar computadores novos à medida que a capacidade de processamento exigida para correr o jogo aumenta – mas também não tenho tempo para as 2500 tarefas que são exigidas aos treinadores de sofá. Claro que recordo com carinho os dias em que sozinho cantava as vitórias do Scunthorpe United ou do Yeovil Town, que com tanto esforço l

Die...

Between Two Ferns with Zach Galifianakis: Brad Pitt Pelos vistos sou dos poucos a achar que isto tem pouquinha piada.

Aparentemente isto é giro (mas é só aparentemente)

A  Union Advertising Canada é uma agência de publicidade e não só foi premiada por aparentemente ser muito criativa, como também fez um vídeo que anda aí a percorrer os murais das redes sociais como se fosse muito divertido.  O Mundo ri-se do título This Agency Rewards It's Employees in the Most Amusingly Sadistic Way Possible  e glorifica a diversão que foi brincar com o muito trabalho que lhes terá dado serem bons. Divertidos fizeram então o vídeo em causa, no qual mostram os patrões da empresa a dar um prémio aos seus maravilhosos trabalhadores: dois minutinhos ao pé da família que há muito não viam. Há pormenores de facto engraçados no vídeo, se quisermos não pensar muito na coisa, como por exemplo o pai que identifica o filho, já crescido, por ele estar com uma tshirt igual à que vestira muitos anos antes. O problema, caros amigos, é que este é o tipo de piada que pode até fazer alguns sorrir - não eu - mas que mais não é do que a glorificação de tudo o que está errado:

O que é isso de salvar a humanidade?

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São anos sem ir ao cinema e de repente vejo um trailer e no dia a seguir estou sentado numa sala, com o meu pai, a ver o Interstellar  no dia em que ele estreia (benditas sessões das 13 horas). Fonte: IMDB.com À parte ter gostado bastante do filme, deu-me particular gozo o facto de me fazer pensar de novo no que é isso de querermos salvar a humanidade (a espécie humana, para ser mais exacto) e de quais os sacrifícios que tal justifica. Gostei também dos conceitos físicos aplicados e que, dizem-me as crónicas, plausíveis porque sustentados por conhecimentos científicos validados por especialistas (naturalmente, do ponto de vista teórico). Como ficar indiferente à ideia há tantos anos apreendida e entretanto "esquecida" de um viajante no espaço poder numa só hora ver os seus familiares, na Terra, envelhecerem vários anos? E como isso poderia influenciar alguém a decidir-se por uma missão de salvamento da humanidade? E que é isso, afinal, de se salvar a humanidade?

O segundo filho gera mais expectativas que o primeiro

Isto dito de forma mais simples é "vou ser pai pela segunda vez", mas isso é tão simplista que fica já combinado que jamais o direi desta forma. Seja a quem for, em que circunstância for. O significado da repaternidade  é algo que nem eu nem a S. conseguimos ainda interiorizar. Sempre o quisemos - das primeiras vezes que falámos do assunto tínhamos até nomes para três, mas a idade de um e de outro já o desaconselha - e foi com alegria que ficámos a saber que lá para abril do próximo ano cumprimos aquela suposta obrigação de deixar no Mundo tantos quantos fomos (como se isso fizesse falta alguma num planeta sobrepovoado como o nosso). Mais do que isso, eu filho único me confesso (poderia confessar também a S., igualmente filha única): o que fizemos foi dar um salto para algo que desconhecemos em absoluto. E isso preocupa-me vezes sem conta. Claro que tive primos e amigos com irmãos, que percebo o conceito de uma vida a quatro numa casa, mas experiência tenho zero. Jamais t