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Do novo chip

 Ontem deitei-me (quase literalmente) a ler a coleção de recortes de textos por mim desbravados na minha anterior vida (se é que se podia chamar vida...). Dei por mim a interrogar-me se ainda seria capaz de fazer igual - e com isto demonstro grande admiração pelo que fiz no passado e, quiçá, alguma dúvida sobre o presente. Diria que sim. Ou até melhor. Afinal, a escrita depende, em boa medida, de vários fatores. E todos contam. Desde o estado de espírito, à motivação, ao interesse pelo tema, à liberdade e até à confiança sentida. Dito isto, acho que hoje sou melhor do que fui em 2012, 2004, 2006, 1993, ou antes. Mudei. Sim. Mudei. O meu chip é hoje outro. Não penso mais em subsídios de férias e de Natal, ou em ter um único patrão. Abri uma empresa e quero, hoje, ter quatro clientes que me paguem o mesmo que até hoje recebia de um só. Quero não depender de um louco, ou de um génio, mas sim - apenas - de mim. Sonho com o dia em que terei o prazer de despedir um cliente. Sim, deve ser um

Dos sonhos

 É de noite que todas as tuas vidas se cruzam misteriosamente. Em sonhos que parecem reais. Dos gatos que saltam de um sexto andar, a tudo o mais. Tão real, e ao mesmo tempo tão distante. Tudo misturado.  Como diria o outro... Parece fássel...

Da nova vida (longe das redações)

 Num repente, e não sei se já escrevi sobre isto, mudei de vida. Deixei as redações, o ritmo louco dos seis dias por semana, das noites a trabalhar, dos fins de semana no jornal. É uma nova vida. Nem sempre mais fácil, mas seguramente mais recompensadora. Estar com os filhos, com a mulher, com os amigos, família próxima e distante, aproxima-me de uma normalidade com que sempre sonhei. No entanto, nem tudo é perfeito - nunca é, certo? Há muito de má aposta - ainda que não a trocasse pela vida antiga - de desrespeito, de falta de comunicação, de desorientação... Admito. Ainda não estou nas sete quintas. Talvez nunca venha a estar. Provavelmente, perto dos 50, o truque é apenas ir sobrevivendo, aguentado dia após dia, procurando soluções para os problemas vindouros. Sonho com regressos a redações. Digo: durante a noite. E no entanto acho que não é o que desejo.  Preocupa-me olhar para os anúncios de emprego - agora todos em inglês e a pedirem coisas loucas - e pensar que não tenho hipótes

do mundo dos sonhos

Por vezes não sei o que é real o que sonhei. São noites e noites e dias e dias de enganação. Tudo me parece verosímil. De dia e de noite. Tanto que já não sei quando sonho e quando estou acordado. Soubesse eu passar a escrito tanto quanto vejo e não é real...