Do novo chip
Ontem deitei-me (quase literalmente) a ler a coleção de recortes de textos por mim desbravados na minha anterior vida (se é que se podia chamar vida...).
Dei por mim a interrogar-me se ainda seria capaz de fazer igual - e com isto demonstro grande admiração pelo que fiz no passado e, quiçá, alguma dúvida sobre o presente.
Diria que sim. Ou até melhor. Afinal, a escrita depende, em boa medida, de vários fatores. E todos contam. Desde o estado de espírito, à motivação, ao interesse pelo tema, à liberdade e até à confiança sentida.
Dito isto, acho que hoje sou melhor do que fui em 2012, 2004, 2006, 1993, ou antes.
Mudei. Sim. Mudei. O meu chip é hoje outro. Não penso mais em subsídios de férias e de Natal, ou em ter um único patrão. Abri uma empresa e quero, hoje, ter quatro clientes que me paguem o mesmo que até hoje recebia de um só.
Quero não depender de um louco, ou de um génio, mas sim - apenas - de mim. Sonho com o dia em que terei o prazer de despedir um cliente. Sim, deve ser um sonho...
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