24. O dia depois. O dia antes
Aquele 24 de Dezembro não foi um dia normal. E., que passara o dia anterior fechado em casa a chorar e a rezar, a rezar, a rezar e a rezar (rezou muito mais do que o que aqui se diz, mas a repetição excessiva é sempre de evitar), queria que Deus o levasse. A ele, sim, que já não aguentava passar mais dias 23 de Dezembro sozinho.
Era o dia em que E., a sua mulher (sim, também E.) faria anos.
E rezou. E chorou. Aquele 24 foi o dia depois de ele rezar e rezar e rezar e rezar (e muito mais rezou ele).
No dia 25 Deus, o Deus a quem ele rezou e rezou e rezou e rezou a pedir que o levasse para junto da sua E., levou-o.
Hoje é outra vez 24. De Dezembro. Passaram 11 anos daquele dia depois que também é dia antes.
E uma faca corre, afiada, a chegar à ponta do nariz, a querer lembrar que numa só lágrima pode estar um mundo. E muito mais que isso...
Era o dia em que E., a sua mulher (sim, também E.) faria anos.
E rezou. E chorou. Aquele 24 foi o dia depois de ele rezar e rezar e rezar e rezar (e muito mais rezou ele).
No dia 25 Deus, o Deus a quem ele rezou e rezou e rezou e rezou a pedir que o levasse para junto da sua E., levou-o.
Hoje é outra vez 24. De Dezembro. Passaram 11 anos daquele dia depois que também é dia antes.
E uma faca corre, afiada, a chegar à ponta do nariz, a querer lembrar que numa só lágrima pode estar um mundo. E muito mais que isso...
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