Já vi e revi vezes sem conta o vídeo da brutal agressão policial a um pai que tentava prestar assistência ao filho de 9 anos, em Guimarães, depois do jogo em que o Benfica se sagrou campeão nacional. Procuro sempre identificar um gesto daquele homem que possa justificar o que todo o país viu graças ao sentido jornalístico de um cameraman da CMTV. Não consigo. Em momento algum deteto o instante em que o homem puxa de uma arma para desatar aos tiros, nem lhe encontro uma bomba escondida que coloque em perigo as vidas de quem por ali passa. Vejo-o, isso sim, a dar água ao filho e a gesticular de forma em que, pressinto-o, terá até ofendido verbalmente o agente. Assusta-me pensar que aquele homem levou uma tareia de bastão porque um oficial da PSP não foi capaz de controlar-se emocionalmente. A última fronteira de todas as medidas de segurança é e será sempre a loucura humana. Se não sabíamos, fomos brutalmente relembrados aquando da tragédia com o avião da Germanwings em que um assas...