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Esperança

Oiçam os sinos, vejam os pássaros. Os dias de solidão já se foram. E, mesmo só, nada me falta. O que aí vem só pode ser melhor...

Um filme...

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Grande cena...

Uma flor, uma pequena flor...

E neste silêncio pouco envergonhado fumo à janela, com vista para uma loja de móveis baratos, e sorrio por a vida ter destas pequenas crueldades. E por saber que cada bocadinho de tristeza por ver partir aqueles que nos são queridos deixa em nós uma pequena flor. Que um dia brotará, rasgará o ventre da planta que é sua mãe, e gritará "não sei para onde vou; sei que não vou por aí". E seguirá o seu caminho, rumo ao céu que toda a vida tentará tocar - mesmo sabendo que ele está lá em cima, tão longe. E a dúvida: palavras a mais foram ditas? Ou palavras a mais ficaram por dizer? O silêncio, esse, é enorme... E fumo. À janela. Com vista para as árvores, que estão além da loja de móveis baratos, e que agora reparo estarem verdes... Lá longe... (Até já... Pode ser em Belém às xinco...)

Cântico negro (um poema)

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém. — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"? Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada. Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velh

Ode aos "ses" da vida

Não existes, escrevo eu... Acreditei, (Um vazio que me protege De mim) Vejo-te hoje, vejo-te amanhã e vi-te ontem Faço-me distraído Sei que não és miragem Mas caminhas no teu trilho Para longe E faço-me distraído (uma defesa?) Talvez E talvez o vazio me aconchegue a roupa da cama e me abrace esta noite e talvez, ao contrário de Régio, eu fosse por aí Se...

Grafitti de Bairro Alto

À falta de foto, vai o texto: Precários nos querem Rebeldes nos terão

Desconfio que não existes

Tens de ser... Louca, mas ponderada; Perfeita, mas ter falhas; Furacão, mas tranquila; Convicta, mas tolerante; Divertida, mas sensata; Tarada, mas fiel; Liberal, mas conservadora; Não admira que nunca te tenha posto a vista em cima...