Quando em 1994 Vicente Jorge Silva falou de uma "geração rasca", aquela que protestava contra a ministra da educação Manuela Ferreira Leite, Portugal dividiu-se. Passados 20 anos, esta geração supostamente rasca, está agora a chegar aos 40 anos, e o que se percebe agora é que Vicente Jorge Silva errou. Por simpatia, quero eu dizer. Ao classificar aqueles jovens como rasca - especificamente aqueles, daquela geração (rasca, disse ele) - colocou todas as outras gerações de fora. Ou seja: quem os antecedeu seria, então, de gabarito, por oposição à rasquice destes. A vida tem-se encarregado de provar que o que há 20 anos parecia um bom conceito - ou pelo menos um bom ponto de partida para a discussão - era algo que surgia já 20 anos atrasado, também. Eu explico: ao atingirem 40 anos por esta altura (uns 45, outros 35) os jovens daquela suposta geração rasca estariam, supostamente, a atingir agora o pico das respectivas carreiras. Teriam passado a fase da aprendizagem e cons...