Das entregas Nespresso e dos tarifários IT diário do Meo
A idade torna-nos intolerantes - mais intolerantes, vá - e isso faz-nos reparar mais vezes no que está mal. Por vezes reclamamos com aquilo que antes deixávamos passar. E isso, caros amigos, não é mau. Ainda que possa parecer-vos muito desagradável - sim, ainda ontem, em conversa com um colega, dizia-lhe que agora reclamo bastante e logo fui comparado a uma amiga dele que pede o livro de reclamações em todo o lado, isto seguido de um torcer de nariz de quem não está para se chatear.
Pois eu estou. E o melhor de tudo isto é que não me chateio quase nada. Atingi um ponto tal de equilíbrio "protestante" que já me limito a protestar com calma e, quando necessário, por escrito - sempre na esperança de que tal possa mudar o que está errado.
Recentemente, expus por escrito duas reclamações. Uma à Nespresso, outra ao Meo (ex TMN). Em ambos os casos, percebi que vou ficar na mesma e, pior que isso, que a guerra contra a desumanização (e robotização) do atendimento aos clientes está já perdida.
Explico melhor: no caso da Nespresso, por exemplo - protestei dizendo que não faz sentido que a empresa que faz a entrega de encomendas de café envie um SMS na véspera da entrega a informar que a entrega será feita entre as 8.30 e as 20 horas, mas que caso não me seja possível recebê-la posso alterar o dia - Explico-lhes que me é inútil responder ou alterar o que quer que seja porque naturalmente não me é oferecida realmente uma possibilidade: se estiver em casa de manhã e só puderem entregar de tarde, posso tentar mudar (e vice versa) se me dizem que é o dia todo, claro que não tenho como confirmar.
Assim, de pouco me serve que no dia seguinte me enviem um SMS a informar o intervalo horário da entrega (a oportunidade de mudar era na véspera, quando não havia intervalo horário, apenas dia de trabalho...). Se só entregarem de tarde e eu apenas tiver a manhã livre, já não tenho como alterar o processo.
A resposta a isto foi (várias vezes, e por escrito), algo como: «não percebemos porque está incomodado. Mandamos uma mensagem na véspera a dizer que será entregue entre as 8.30 e as 20 e no dia da entrega especificamos...». Obrigado por repetirem, agora na primeira pessoa, aquilo que me levou a protestar. Que pena não aproveitarem para tentar perceber o que quis realmente dizer...
Ou no caso do Meo: Um email enviado para a provedoria a contestar a cobrança automática de tarifas diárias (it diário) de internet sempre que o plafond mensal (ou o plafond extra) se esgota - alegando que se tenho de autorizar contratualmente o plano mensal e por sms o plafond extra, não faz sentido que (sem aviso) seja activado um plano diário, ainda para mais com preços absurdos. Questionei, até, a legalidade disto (parece-me que não deve ser, mas, lá está, como ninguém reclama tudo se faz...)
A resposta, como no caso anterior, vem sob a forma de: «ah, averiguámos o caso e concluímos que o IT diário é activado automaticamente quando expira o IT mensal ou o plafond Extra».
Pois, eu sei disso: aliás, foi por isso que reclamei, lembram-se? Leram, ao menos?
Claro que neste caso a coisa tem ainda a vertente hilariante de ter acabado o telefonema a explicar à menina o que é um provedor (algo que ela seria) e acabar a ver confirmadas as suspeitas de que aquela provedoria é, afinal, feita por funcionários do Meo, contratados para funcionarem como segundo nível de atendimento aos clientes.
Às vezes sinto que já nem o acto de protestar pode ajudar a mudar o que quer que seja. E isso sim é preocupante. É sinal de que estamos adormecidos, de que aceitamos tudo e nos calamos...
Pois eu estou. E o melhor de tudo isto é que não me chateio quase nada. Atingi um ponto tal de equilíbrio "protestante" que já me limito a protestar com calma e, quando necessário, por escrito - sempre na esperança de que tal possa mudar o que está errado.
Recentemente, expus por escrito duas reclamações. Uma à Nespresso, outra ao Meo (ex TMN). Em ambos os casos, percebi que vou ficar na mesma e, pior que isso, que a guerra contra a desumanização (e robotização) do atendimento aos clientes está já perdida.
Explico melhor: no caso da Nespresso, por exemplo - protestei dizendo que não faz sentido que a empresa que faz a entrega de encomendas de café envie um SMS na véspera da entrega a informar que a entrega será feita entre as 8.30 e as 20 horas, mas que caso não me seja possível recebê-la posso alterar o dia - Explico-lhes que me é inútil responder ou alterar o que quer que seja porque naturalmente não me é oferecida realmente uma possibilidade: se estiver em casa de manhã e só puderem entregar de tarde, posso tentar mudar (e vice versa) se me dizem que é o dia todo, claro que não tenho como confirmar.
Assim, de pouco me serve que no dia seguinte me enviem um SMS a informar o intervalo horário da entrega (a oportunidade de mudar era na véspera, quando não havia intervalo horário, apenas dia de trabalho...). Se só entregarem de tarde e eu apenas tiver a manhã livre, já não tenho como alterar o processo.
A resposta a isto foi (várias vezes, e por escrito), algo como: «não percebemos porque está incomodado. Mandamos uma mensagem na véspera a dizer que será entregue entre as 8.30 e as 20 e no dia da entrega especificamos...». Obrigado por repetirem, agora na primeira pessoa, aquilo que me levou a protestar. Que pena não aproveitarem para tentar perceber o que quis realmente dizer...
Ou no caso do Meo: Um email enviado para a provedoria a contestar a cobrança automática de tarifas diárias (it diário) de internet sempre que o plafond mensal (ou o plafond extra) se esgota - alegando que se tenho de autorizar contratualmente o plano mensal e por sms o plafond extra, não faz sentido que (sem aviso) seja activado um plano diário, ainda para mais com preços absurdos. Questionei, até, a legalidade disto (parece-me que não deve ser, mas, lá está, como ninguém reclama tudo se faz...)
A resposta, como no caso anterior, vem sob a forma de: «ah, averiguámos o caso e concluímos que o IT diário é activado automaticamente quando expira o IT mensal ou o plafond Extra».
Pois, eu sei disso: aliás, foi por isso que reclamei, lembram-se? Leram, ao menos?
Claro que neste caso a coisa tem ainda a vertente hilariante de ter acabado o telefonema a explicar à menina o que é um provedor (algo que ela seria) e acabar a ver confirmadas as suspeitas de que aquela provedoria é, afinal, feita por funcionários do Meo, contratados para funcionarem como segundo nível de atendimento aos clientes.
Às vezes sinto que já nem o acto de protestar pode ajudar a mudar o que quer que seja. E isso sim é preocupante. É sinal de que estamos adormecidos, de que aceitamos tudo e nos calamos...
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