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Acredita...

As tuas lágrimas escorrem pelo teu rosto, mas encharcam a minha alma!

Olhar para o lado...

Bairro Alto, dia 30 de Dezembro. Está frio, são 16h00. De telemóvel colado ao ouvido preparo-me para atravessar a estrada quando vejo, do outro lado da estrada, uma rapariga que tenta vender pensos rápidos e o Borda d'Agua. Caminha para mim. Desvio o olhar e o passo. Sigo em frente, atravesso depois. Vê-me ao telefone, não me larga. Diz, "dinheiro, dá dinheiro". Viro de novo os olhos, olho para o lado. Fujo da realidade que me persegue. Penso: esse dinheiro vai para quem te explora. E não o dou. Ela insiste. "Compra bolo". O mundo pára. - Queres comer? - Quer - Então embora, escolhe o que queres. - Senhor, aquele bolo é chocolate? (resposta afirmativa) Quero outro, de creme. Aquele olhar desesperado de fome e de sede de viver, cativa-me. Sentamo-nos à mesa. Chama-se Aleksandra (deve ser assim que se escreve), tem 17 anos, é romena e vive em Portuga com a mãe e com os quatro filhos do irmão. Nenhum deles trabalha. Pedem esmolas. Não mo diz, mas podem estar trafic

Porta 65 - ou o que realmente importa

Diz-nos o Governo que quer fomentar o apoio à emancipação dos jovens. Diz-nos o governo (assim mesmo, agora sem caixa alta) que o faz através do Porta 65. Mentira, claro... Um jovem com um ordenado de 500 euros por mês e que viva em Lisboa, para conseguir o subsídio tem de encontrar uma casa para alugar que não exceda os 200 euros, pois a taxa de esforço máxima permitida é de 40 por cento (e o não cumprimento da mesma leva à exclusão do processo). Se o mesmo jovem tiver um ordenado de 1500 euros, já pode alugar uma casa de 550 euros (limite máximo da tabela). Faz sentido, pois...

Postais de Natal

É oficial: estou farto de receber postais de Natal da Finlândia! Por que raio me mandam postais com bonecos de neve, casinhas pintalgadas de branco e no meio do campo, com o fumo de uma lareira? Natal por Natal, preferia postais brasileiros: moças na praia e de mini-tanga...

Loving you...

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Is like loving the dead... Um grande filme

Voo nocturno

agora já não vejo o sol nem o seu reflexo lunar levo as asas nos bolsos e o coração a planar neste voo nocturno não sei aonde vou aterrar sinto as nuvens nos meus pulsos e o leme sempre a consentir são sempre os mesmos ossos que eu insisto em partir neste voo nocturno só quero mesmo resistir neste voo nocturno só quero mesmo resistir neste voo nocturno sou mais leve do que o ar neste voo nocturno não sei aonde vou aterrar em baixo há manchas no canal mas eu não as quero ver o aeroplano está frio e as hélices a ferver o nariz do avião só obedece a quem quiser agora não existe nada o meu motor ao ralenti vou revendo em surdina tudo o que eu vivi neste voo nocturno a madrugada vem ai neste voo nocturno a madrugada vem ai neste voo nocturno sou mais leve do que o ar neste voo nocturno não sei aonde vou aterrar neste voo nocturno sou mais leve do que o ar neste voo nocturno não sei aonde vou aterrar (Jorge Palma, in Voo nocturno, 2007)

Frases obrigatórias no futebol (e devido comentário) I

"Foi um jogo equilibrado de parte a parte" - Estranho não ser só uma equipa a equilibrar