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Porque o futuro não vem buscar-nos

Ontem enviei um email. E isso há de fazer parte da minha história

Olá para ti também

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Eu a querer sonhar contigo, ver-te, ouvir a tua voz, falar-te. Só mais uma vez. E tu apareces-me assim, passado quase um ano e sem avisar com antecedência?

Quando os outros nos confortam

- Então esta vacina dá para a vida toda? - Sim, esta é para a vida. Protege contra a maior parte das pneumonias. - Pois, sabe, isto não é coisa em que tenha grande fé. A minha mãe tomava a vacina e no ano passado tomou uma daquelas para cinco anos, e acabou por morrer no inverno... - (silêncio por uns instantes, seguido de mais alguma conversa de circunstância, e no entanto o que mais falou foi o olhar dela, de repente inundado por lágrimas que por pudor não deixou sair...)

Murcho

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                                                                    Fonte: google Há dias em que nos sentimos assim. Desmotivados. Com dúvidas. Sozinhos. Abandonados, até. O bom destes dias é que há sempre um dia depois deles.

23 x 5

Fez ontem cinco anos que encontrei a felicidade. Sou um privilegiado. E todos os dias me lembro disso.

A propósito de um psicólogo

Ao José Carlos Dias. Psicólogo. Ex-jornalista, um amigo. O assunto é tabu. Mas não devia ser. Não são, ao contrário do que a ignorância faz crer, os maluquinhos os únicos a recorrer aos serviços de um psicólogo. Bem pelo contrário. A decisão é, quase sempre, um sinal de lucidez extrema. Assim foi comigo. Consumido por uma ansiedade que não conseguia travar, segui o conselho de um bom amigo e consultei seu psicólogo. José Carlos Dias. Era bom, dizia-me o R.. Ajudara-o. E até o compreendia melhor por, também ele, ter sido jornalista. Fui lá. Gostei dele ao primeiro contacto. Não falava muito (provavelmente nem devia), mas ao fim de uns meses deixei de precisar de lá ir. Ainda hoje não sei o que ele me fez, mas tirou-me a ansiedade. Curou-me. Devolveu-me a vida e a alegria de viver. Ou mostrou-me o caminho para o conseguir. Disse-me que eu estava no fundo de um vale, e que, quando subisse a montanha, mesmo que voltasse a descer, teria sempre as ferramentas para travar a queda. Prom

De como se lida com a morte na família dos outros

Lembro-me de uma crónica do Lobo Antunes sobre o médico que lhe comunicou os resultados da análise: tinha cancro. Mas o médico dizia-o como se dissesse que já não havia bilhetes para o concerto de Caetano Veloso. Pior. Enquanto combinava ao telefone uma jantarada com um amigo. Pausa, ah, o senhor tem cancro... Quando no Natal passado vim de urgência para acompanhar o meu pai e ver a minha mãe, internada de urgência no hospital, fomos informados pelos médicos de que nem um milagre a manteria viva. Era uma questão de tempo, até se apagar, lentamente como uma vela. Antes de mais, sempre que me lembro disso, lembro-me do choque que senti. Parecia impossível, mas acontecia. A frio, sem anestesia para mim e para o meu pai, que, abraçados tentámos digerir a notícia, acompanhados por outros dois tios... Nunca esquecerei de que à pergunta que me era feita por SMS «Então?» respondia apenas «(...)», incapaz de verbalizar o que acabara de acontecer. Lembro-me também, e nunca quero esquecê-lo,