Sobre as expectativas e as euforias
Não sei se é de mim, mas acho as expectativas cada vez mais nonsense. Isso e as euforias. Os dois e a posse.
O futebol ajuda-me a explicar.
A primeira vez que vivi uma euforia futebolística com em 1989. No estádio Nacional o Belenenses, faz dia 28 25 anos, ganhou ao Benfica a final da Taça. O único título que vi ao meu clube em 40 anos (quase 41 de vida) - os da segunda divisão não são títulos, são nódoas.
Lembro-me de como antes do livre directo marcado pelo Juanico enrolei o cachecol na mão. E como o atirei para a frente na celebração do golo, não o perdendo apenas porque tinha dado um nó na outra ponta, no pulso. A emoção que este momento ainda hoje me traz vem de outras vidas. De quando era miúdo e passeava com o meu pai. De quando a minha mãe estava em casa à espera. De como sorria e me ria com alegria genuína.
Lembro-me bem de ter querido vibrar numa festa como as que via na TV. Encher as ruas com gentes do Belenenses. Quando cheguei a Belém, já a festa tinha acabado (uma das consequências de andar de transporte público)
Desde então, o realismo desportivo apoderou-se de mim. Vejo celebrações loucas, e pergunto-me: amanhã o que ficou disto? No caso concreto do desporto, a cada vitória sucede-se novo desafio. E as conquistas sabem bem, mas não dão qualquer vantagem na nova luta. Assim, imaginemos: Portugal sagra-se campeão do Mundo no Brasil! Que bom! Que divertido! E depois? Nem sequer passa a ser a melhor equipa do Mundo - ou a Grécia passou a ser a melhor equipa da Europa depois de ganhar o Euro 2004?
Das expectativas, está visto, isto anda tudo ligado. Fim de semana de loucura em Portugal. Lisboa a abarrotar de espanhóis, final da Liga dos Campeões. Brutal. Sabem que mais? Já passou. Tudo na vida passa. E rápido. E por vezes nem damos pela chegada e, quando olhamos, já se foi.
O tempo é irrelevante pois. E sendo o tempo irrelevante, também o é a posse. Ter isto ou aquilo pode dar jeito, raramente ser espectacular. Pergunto-me mesmo, de há uns tempos para cá, se existe algo realmente espectacular.
Tudo me parece uma distração de algo que ainda não entendi. Ou então é de mim, que estou já desligado disto tudo.
O futebol ajuda-me a explicar.
A primeira vez que vivi uma euforia futebolística com em 1989. No estádio Nacional o Belenenses, faz dia 28 25 anos, ganhou ao Benfica a final da Taça. O único título que vi ao meu clube em 40 anos (quase 41 de vida) - os da segunda divisão não são títulos, são nódoas.
Lembro-me de como antes do livre directo marcado pelo Juanico enrolei o cachecol na mão. E como o atirei para a frente na celebração do golo, não o perdendo apenas porque tinha dado um nó na outra ponta, no pulso. A emoção que este momento ainda hoje me traz vem de outras vidas. De quando era miúdo e passeava com o meu pai. De quando a minha mãe estava em casa à espera. De como sorria e me ria com alegria genuína.
Lembro-me bem de ter querido vibrar numa festa como as que via na TV. Encher as ruas com gentes do Belenenses. Quando cheguei a Belém, já a festa tinha acabado (uma das consequências de andar de transporte público)
Desde então, o realismo desportivo apoderou-se de mim. Vejo celebrações loucas, e pergunto-me: amanhã o que ficou disto? No caso concreto do desporto, a cada vitória sucede-se novo desafio. E as conquistas sabem bem, mas não dão qualquer vantagem na nova luta. Assim, imaginemos: Portugal sagra-se campeão do Mundo no Brasil! Que bom! Que divertido! E depois? Nem sequer passa a ser a melhor equipa do Mundo - ou a Grécia passou a ser a melhor equipa da Europa depois de ganhar o Euro 2004?
Das expectativas, está visto, isto anda tudo ligado. Fim de semana de loucura em Portugal. Lisboa a abarrotar de espanhóis, final da Liga dos Campeões. Brutal. Sabem que mais? Já passou. Tudo na vida passa. E rápido. E por vezes nem damos pela chegada e, quando olhamos, já se foi.
O tempo é irrelevante pois. E sendo o tempo irrelevante, também o é a posse. Ter isto ou aquilo pode dar jeito, raramente ser espectacular. Pergunto-me mesmo, de há uns tempos para cá, se existe algo realmente espectacular.
Tudo me parece uma distração de algo que ainda não entendi. Ou então é de mim, que estou já desligado disto tudo.
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