fim de férias (ou lá o que foi isto)

Em 2030, a dada altura de 2030, terei 57 anos.
Convenhamos. Muitos de nós não chegaremos aos 57 anos.

Acredito que o bypass gástrico feito em 2018 me deu anos de vida - caso não seja atropelado por um camião -mas não o tomo por garantido.

Em 2030 a nossa mais nova terá 15 anos. E o mais velho 19.

Tive-os tarde. Não por decisão minha, mas porque tarde conheci a SS. E porque só com ela faria sentido esta aventura.

Posto isto, é preciso esclarecer que eu sou o pessimista. Aquele que sempre que vai viajar imagina que o avião cai, que o pneu rebenta. E imagino sempre que os miúdos em 2030 talvez nem tenham pai. E disso faço grande filme das tragédias familiares - como se tudo na vida não fosse ultrapassado.

Em parte, este sentimento terá sido alimentado por um 2020 atípico, graças um (Corona)vírus que a todos fechou em casa e privou de contacto social.

A trabalhar fechado desde março, dei por mim a estranhar as férias - que hoje chegam ao fim. 

Perante as incertezas profissionais e de saúde pública passei 12 dias a olhar para o mar quente do Sotavento algarvio e a sentir que não estou certo de conseguir voltar em 2021.

Até hoje sempre tive por garantido um período de ferias, fosse no Algarve ou noutro local mais exótico. Agora não dou sequer por garantido ter onde passar o natal. E isso marcou estas quase duas semanas algarvias. Foram uma despedida?

Siga... Que de preocupaçoes não se pode fazer uma vida


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