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Devia ter

Fumado menos. Sorrido para aquela criança. Estudado mais. Agarrado o amor quando ele me sorriu. Comprado acções da PT. Contratado outro empreiteiro para as obras. Comprado outra casa. Telefonado ontem às filhas do senhor que no Jumbo me cantou dois fados de Coimbra; contou que tinha jogado da Académica, marcado um golo ao Benfica numa final da Taça – um canto directo num jogo de 4-3 - que a mulher se tinha sujado a lanchar mas ele não e que tinha comido uma torrada, bebido um galão e bebido um copo de água, que ainda ali estava, e isto tudo três vezes seguidas. E dizer-lhes “O vosso pai é um bom homem, mas está sozinho”

Domingo de cinzas

Como pode um domingo de sol ser tão cinzento?

Second Life

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Ainda aí há anos e eu só me apercebi da sua existência quando um jornal de fim-de-semana me disse que já era possível consumir drogas no Second Life.com Second quê? Pronto, é um universo virtual, com economia própria, com vidas próprias, onde estão registados mais de 4 milhões de utilizadores. É uma espécie de jogo sims onde ninguém ganha nem perde, para o qual podemos carregar dinheiro real - e lá comprar roupas, casas, etc - namorar, conhecer gente, ouvir música e etc. Experimentei. Criei um avatar (um boneco) - não meti lá dinheiro, felizmente - e naveguei. Procurei um jornal, teleportei-me para a redacção e conheci a editora. A dona do espaço, vá. Conversámos. Ela é uma escritora nos EUA. Escreve sobre informática. Criou um jornal no Second Life, comprou terreno, fez um prédio, meteu lá cadeiras, secretárias, etc. E conversou comigo Explicou-me que aquilo é um mega ensaio do que será a internet num futuro próximo. O avatar (boneco) é o rato. As propriedades são espaço na internet

Uma máquina nova

A minha máquina de lavar loiça anda engatada. Já levou um motor novo, botão novo de on/off, mais umas quantas coisas que nem sei, e hoje vai levar uma resistência de calor. Dizia-me uma amiga há dias. Eu tenho uma máquina nova. E eu respondo: eu também já devo ter

Há dias de azar

Maria, lésbica, 25 anos, nem queria acreditar. A sua namorada a traí-la com um homem, essa criatura tão pouco engraçada. Nem conseguiu dormir, que raio de sexta-feira a dela. Horas a chorar fizeram-na acordar mais tarde do que devia. Ia atrasada para o seu trabalho de sábado à tarde: animação de festas para crianças. Já não dá tempo para se vestir na festa. Que se dane, os vizinhos estão habituados às roupas verde alface e muito largas, às trancinhas à pipi das meias altas, os sapatinhos pirosos e a pintura sardenta e exagerada. Com sorte ninguém haveria de vê-la. Mas aquele era um dia de azar. Saiu de casa à pressa, meteu-se no seu Smart amarelado e estava a apenas cinco minutos da festa quando o carrito pifou. Roda a chave, parte a chave. Rebenta o motor de arranque. Telefone-se para a assistência em viagem. Lá vem o reboque. As pessoas passam e olham-na. Riem-se de tamanho azar. E ela só quer esconder-se. Chega a polícia: multa-a: é certo que a roupa é fluorescente, mas o colete é o

Car(m)ona Rodrigues

Hoje cruzei-me com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Em pleno Príncipe Real. Os dois ao volante. ELe queria virar à esquerda, eu queria seguir em frente. Passei primeiro, claro, que além de ter prioridade o homem não pode dar-se ao luxo de hostilizar eleitores. Ainda estive para queixar-me dos inúmeros altos nas estradas de Lisboa (gosto delas rebaixadas como são, mas é chato que as obras de rebaixamento ainda se fiquem por pequenas porções apenas do tamanho de um pneu e, ainda por cima, com alturas variáveis - só alguém mal intencionado pode chamar-lhe buracos) mas depois de o olhar bem nos olhos, pensei: "não, não vou fazer isso". Afinal o senhor quer uma Lisboa à sua imagem (sua, dele, claro) e a verdade é que já conseguiu: até eu sem óculos lhe topava os buracos na cara que a base tenta disfarçar na TV.

Insónias

Um do perigos maiores das insónias é o seguinte: em meia-hora é possível escrever 570 posts imbecis num blog e, mesmo assim, não ficar com sono!