Há dias de azar

Maria, lésbica, 25 anos, nem queria acreditar. A sua namorada a traí-la com um homem, essa criatura tão pouco engraçada. Nem conseguiu dormir, que raio de sexta-feira a dela. Horas a chorar fizeram-na acordar mais tarde do que devia. Ia atrasada para o seu trabalho de sábado à tarde: animação de festas para crianças. Já não dá tempo para se vestir na festa. Que se dane, os vizinhos estão habituados às roupas verde alface e muito largas, às trancinhas à pipi das meias altas, os sapatinhos pirosos e a pintura sardenta e exagerada. Com sorte ninguém haveria de vê-la. Mas aquele era um dia de azar. Saiu de casa à pressa, meteu-se no seu Smart amarelado e estava a apenas cinco minutos da festa quando o carrito pifou. Roda a chave, parte a chave. Rebenta o motor de arranque. Telefone-se para a assistência em viagem. Lá vem o reboque. As pessoas passam e olham-na. Riem-se de tamanho azar. E ela só quer esconder-se. Chega a polícia: multa-a: é certo que a roupa é fluorescente, mas o colete é obrigatório.
É preciso galo. Ainda por cima tudo isto em frente às Amoreiras...


História ficcionada, com base num smart avariado e numa rapariga vestida à palhaço cor verde-alface em frente às Amoreiras. Sim, tudo o resto é acessório, perante esta combinação de infortúnios...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma ida ao endireita

Laser Tag Alfragide - Login ou Logout. 5 notas fundamentais