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da pureza

A mão no peito ao ver a última fotografia, o sorriso genuíno de amor. "Ixé a buó! Aqui... aqui..." (a avó está no nosso coração...)

Do gosto pela tristeza

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It's better to feel pain, than nothing at all The opposite of love's indifference Stubborn Love - The Lumineers

Não me perguntem...

- como estás? Sei que é com amizade, mas a resposta é passaporte imediato para um mundo de A) mentiras (estou bem) B) banalidades (faz-se por isso, é assim a vida, há que seguir em frente) C) culpa (na eventualidade de estarmos bem, não nos perdoamos por isso) D) all of the above

As vidas dos outros

Via Facebook recordo o que sempre soube. Que as outras vidas são sempre diferentes das nossas. No meu caso, no entanto, é com orgulho que o constato. Primo pela simplicidade. De gostos, de actos, de amizades. Gosto de tudo claro, simples, directo e, sobretudo, verdadeiro. Abomino - mesmo - a ostentação, detesto que as pessoas encenem vidas. Isto a propósito das fotos e dos vídeos que nos vão chegando. Eu que me casei de camisa - sim, é raro - e proibi gravatas à dezena (pouco mais, vá) que connosco almoçou, que fugi dos catterings estupidamente caros (em que nos servem dez vezes mais comida que aquela que poderíamos, na realidade, comer, mesmo que ficássemos o fim de semana inteiro fechados numa sala), sorrio ao ver o sorriso no rosto de um casal - desconhecido,claro - que me entra pelo monitor, numa festa com vestidos (e fatos) de gala, e carros antigos alugados de propósito para a ocasião. Nunca percebi a razão de se gastar num só dia o dinheiro que garante a educação de um filho

E no regresso ao trabalho?

A ver se consigo explicar. Os dias passam-se com normalidade, por vezes até sorrio, mas não há como disfarçar: durante todo o dia, a cada hora, dói-me a barriga e o peito. O pior - ou não - é que não desejo que deixe de assim ser.

15 dias e o que se sente

Diz que foi às 3 da manhã de dia 26 (ou seja há 15 dias) que o meu mundo ficou irremediavelmente mais curto. Não foi por acaso que não utilizei a palavra pobre. É que, bem vistas as coisas, se por um lado perdi a companhia da minha mãe, o sorriso fácil, as piadas que com ela fazia, quase sempre a tirá-la do sério - como quando a assustava de morte com uma inofensiva aranha de peluche, que fazia saltar graças a uma bomba de ar - por outro acredito ter ganho muito noutros aspectos importantes na minha vida: 1) o meu pai. Estou agora mais perto dele do que alguma vez estive. Conversamos, apoiamo-nos, fazemos, no fundo, tudo aquilo que pais e filhos deviam fazer sempre ao longo da vida. 2) a minha mulher. O apoio que recebo e o carinho que partilho fazem-me fortalecer a certeza de que a 13 de maio de 2012 dei o passo mais certo da minha vida, ao dizer que sim, que aceitava aquele anjo para minha companhia até ao fim dos meus dias 3) eu próprio. Noto que de repente mudei. Toda a minha

Funerais em tempo de crise (o assunto que parece ser tabu)

A morte da minha mãe, há pouco mais de uma semana, foi o meu primeiro contacto directo com o incrível mundo das agências funerárias. Na hora de dor, o que todos procuramos é uma rápida resolução do problema. Pegamos no telefone, ligamos para uma agência à sorte (afinal, raramente conhecemos o que lá vem) e entregamo-nos sem reservas. Uma hora depois está um funcionário em nossa casa, passamos pelo incómodo de escolher um caixão, por exemplo, entre outros, e acabamos confrontados com um preço que nos deixa estupefactos. No meu caso, fui aconselhado por um tio a não telefonar para a Servilusa. Sugeriu-me antes os serviços de uma pequena agência que opera em Alcântara e Santo Amaro. Ao que parece, tal pormenor ter-me-à poupado uns bons milhares de euros. No caso concreto do funeral da minha mãe deixei claro ao senhor da tal agência que queria tudo o mais simples possível - claro que fiquei chocado quando soube que, por exemplo, quanto mais simples for o caixão mais caro é, pelo que ac