Outra vez as cobras

O Marco Caetano escreve-me num comentário a um post antigo ("Consciência pesada") a propósito das cobras e das osgas.
Confesso que dei um toque humorístico a cada cena e que me sinto um mal por ter morto a cobra no verão passado. Acontece que, na realidade, se o fiz foi por falta de informação. De repente pensei que aquela cobra pudesse ser uma víbora (ainda por cima, tenho mesmo muito medo de cobras). Pensei que era venenosa e que não podia deixá-la em casa e ir trabalhar como se nada fosse. Pensei que se tentasse afugentá-la podia ser atacado por ela. E se ela fosse uma víbora não me apetecia mesmo nada...
Entretanto, no Brasil, andei a passear-me num sítio onde existem diversas cobras venenosas. Os índios falaram-me delas e mostraram-me alguns exemplares que encontraram mortos (eles não matam animais). Vi uma surucucu - minúscula - e a maior de todas, curiosamente, nem era venenosa. Quando se sente ameaçada, incha, fica amarelada e desata a abanar-se para assustar os predadores.
Se encontrasse uma e já o soubesse, limitar-me-ia a seguir caminho. Se não soubesse tinha um ataque cardíaco.
Serve isto para quê? Para alertar para o facto de os portugueses não estarem informados sobre a bio-diversidade das várias regiões de Portugal. De viverem no campo e não saberem que animais podem encontrar, como lidar com eles e as precauções a ter com eles.
Só assim se percebe que a osga, sendo inofensiva, esteja em vias-de-extinção por as pessoas temerem que elas sejam venenosas. Eu própria pensava - antes de conviver com elas diariamente - que o contacto com uma osga provocaria irritações cutâneas...
Toca a educar pessoal...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma ida ao endireita

Laser Tag Alfragide - Login ou Logout. 5 notas fundamentais