Luzes de decepção

Uma da manhã, e o Bairro Alto a fervilhar. No meio da rua, dealers perguntam "queres coca"? a todos quantos passam, sejam portugueses ou moldavos. Mais à frente, o bar cheio de rapazes pretos, transborda de loiras que com eles dançam. Furado o oceano de etnias e de álcool, um táxi com ar suspeito faz-nos máximos... Vezes repetidas. Prepara-se para nos propor algo de verdadeiramente louco. Passámos ao lado das drogas e do sexo resistindo estoicamente. Mas, agora, que mais lá virá.
O condutor - ou motorista, ou, até, fogareiro - olha-nos nos olhos. Abre o vidro e acende o cigarro. Faz ares de quem vai falar. E fala mesmo. Entre dentes, envergonhado, pergunta... "quer táxi?".
Desilusão geral: ó amigo, Bem sei que é estranho um gajo da minha idade não quererer as drogas nem as loiras que transpiram de giras (e com poucas roupas), mas por que raio hei-de querer um homem com bigode e ainda por cima batoteiro? (a praça de táxis é logo ali ao lado...)

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