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Cassius Clay, Muhammad Ali, o boxe, a vida e a palavra

Cassius Clay, que veio a ser Muhammad Ali, foi campeão de boxe por acaso: por lhe roubarem a bicicleta, cruzou-se com o homem que viria a iniciá-lo na modalidade e a treiná-lo. Na vida de todos os homens, há circunstâncias que os fazem seguir um ou outro caminho e em todas somos pequenos de mais para perceber o que lá vem ou o porquê de algo seguir um rumo e não outro. O boxe é, além de um desporto incrível - que não sigo, admito, mas com o qual acabo sempre por vibrar - talvez o maior viveiro de grandes histórias. Por ser propício à mitificação? Por apaixonar talentosos e criativos escritores? Seja como for, Ali (e Foreman e Frazier, e... e...) vai sempre viver como "o maior". Porque é esse o poder da escrita, é esse o poder da palavra.

Uma ida ao endireita

Lesionado, com dores no calcanhar de mal correr, já a desesperar por não conseguir voltar aos treinos - e já agora por continuar com dores - resolvi recorrer às (não) medicinas alternativas. Já me tinham falado da Dona Luísa, que atende ali para os lados da Venda Nova, e que é aquilo a que em bom português se chama uma endireita. Tem anos de história(s), é visitada por gente de todo o Mundo e com meia dúzia de movimentos já pôs bem o meu mecânico e o filho de uma amiga. Depois de já ter ido a um osteopata - que são endireitas com estudos - e de ter gostado, resolvi dar uma oportunidade à Dona Luísa. Disseram-me que tinha de telefonar-lhe logo de manhã bem cedo para conseguir vaga. Liguei, mas não fui rápido o suficiente. O telefone dava impedido ou nem conseguia ligação. Tentei já pelas 9.15 e aí sim fui atendido. - Bom dia, aqui fala a Tia Luísa (dizem-me do outro lado, num sotaque alentejano simpático) - Bom dia, eu sou o Bartlomeu e disseram-me para lhe ligar cedo. - Oiça

Da má onda de Caetano e do Gil

Chega-me um email com o título: Caetano Veloso e Gilberto Gil esgotam 4 concertos em Portugal Dou por mim a pensar: Espero que um deles não tenha sido o dos The Cure, que ainda não comprei bilhete. PS: Já agora, devem ter gastado um dinheirão! Espero que sejam presos se tentarem vender os bilhetes mais caros!

A alegria de Rui Vitória por partilhar o entusiasmo dos benfiquistas

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Os partidos, essa religião

Numa página de Facebook de Hermínio Loureiro, um destacado social-democrata - ex-secretário de Estado - li críticas a Pacheco Pereira.  "Ouvi na Rádio Renascença a entrevista de Pacheco Pereira sobre o discurso de Cavaco Silva. Miserável a intervenção de um dos que mais comeu no prato político do então Primeiro-Ministro Cavaco Silva. Tudo tem os seus limites... Pacheco Pereira, sempre a representar o PSD, destila ódio em todas as intervenções..." Note-se que na dinâmica partidária come-se de pratos políticos. Sem tirar nem pôr. Come-se de pratos políticos! E como se come em pratos políticos, se ousarmos ter sentido crítico somos miseráveis. Os comentários à coisa sucedem-se. Fala-se de expulsão do partido: "Caro Dr., o Sr. Pacheco Pereira ainda é militante do PSD? Se o é já há muito tempo o partido deveria abrir um processo disciplinar para a respetiva expulsão do partido?" Assustador, no entanto, é o que se segue. Num comentário: "Artº 7º,

Os filhos e o futebol

Foi uma decisão tomada em conjunto e que me parece sensata: em momento algum diríamos aos nossos filhos para serem do clube A ou B. A coisa é tanto mais importante quanto que eu e ela eramos (e continuamos a ser) apoiantes de clubes diferentes. Ora, o facto de eu ser do Belenenses e ela do Benfica gerou alguns dissabores durante a noite, sobretudo porque os nossos clubes se defrontaram (não foi bem assim, que o meu não compareceu ao jogo e mandou apenas uns rapazes com a camisola vestida e acabou a levar 6-0) e eu, imbuído pelo espírito que nos últimos tempos me levou a ir até aos estádios para o miúdo ver futebol ao vivo  - e para fazer coisas com ele - levei-o. Antes tinha-o levado ao Belenenses-Rio Ave, ao Belenenses-Altach e ao Portugal-França. Como também viu um treino da Seleção no Estoril, ficava com o pleno dos estádios de I Liga em Lisboa. Posto isto, percebi hoje que para os dois é importante que o nosso filho seja adepto do nosso clube. Ou melhor, percebi que para ela er

Dos 43 anos

Belenenses a ganhar 2-1 ao Gotemburgo, eu e o meu pai nas bancadas, como nos velhos tempos da minha meninice. Uma emoção como nem sei explicar. E, de repente, uma frase dele enche-me os olhos de lágrimas. Por não me ter lembrado, por me fazer sentir tão pequenino perante todo aquele amor... «Hoje, se fosse viva, eu e a tua mãe faríamos 43 anos de casados»