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Antevisão das férias

 Agora muito a sério: há alguma coisa melhor que conduzir durante três horas e meia uma carrinha cheia de gente, enquanto se vê diminuir (nas placas) a distância para o destino? Ah! Cabanas!

Preferias morrer ou ser da equipa dos maus?

 - Papá, tu preferias morrer ou ser da equipa dos maus? - Morrer. - Eu preferia ser da equipa dos maus. - Mas assim serias má... - Mas morrer é pior que ser da equipa dos maus. - Achas? Se fosses da equipa dos maus fazias mal às outras pessoas. (silêncio. breve) - Se morresse ia desperdiçar a oportunidade de brincar. - Mas se fosses má ias brincar como? - Então, podia brincar com os meus amigos maus...

urgências

Que a SS saiba sempre e a toda a hora que com ela tenho vivido o amor na plenitude. Que antes dela era incompleto. Rir com alegria -mesmo stressando - com as maravilhosas conversas dos miúdos ao deitar ('só agora temos tempo para falar, porque já não estamos distraídos com outras coisas'). Aliviar a vida para que o trabalho não me mate. Dizer todos os dias 'amo-te' a todos os que amo. A minha Suka, miúdos, pai, sogro. Ser chamado ao gabinete médico para me darem uma droga qualquer que me livre deste ataque de pânico que me fez pensar que estava a morrer.

fim de férias (ou lá o que foi isto)

Em 2030, a dada altura de 2030, terei 57 anos. Convenhamos. Muitos de nós não chegaremos aos 57 anos. Acredito que o bypass gástrico feito em 2018 me deu anos de vida - caso não seja atropelado por um camião -mas não o tomo por garantido. Em 2030 a nossa mais nova terá 15 anos. E o mais velho 19. Tive-os tarde. Não por decisão minha, mas porque tarde conheci a SS. E porque só com ela faria sentido esta aventura. Posto isto, é preciso esclarecer que eu sou o pessimista. Aquele que sempre que vai viajar imagina que o avião cai, que o pneu rebenta. E imagino sempre que os miúdos em 2030 talvez nem tenham pai. E disso faço grande filme das tragédias familiares - como se tudo na vida não fosse ultrapassado. Em parte, este sentimento terá sido alimentado por um 2020 atípico, graças um (Corona)vírus que a todos fechou em casa e privou de contacto social. A trabalhar fechado desde março, dei por mim a estranhar as férias - que hoje chegam ao fim.  Perante as incertezas profissionais e de saúde

A Dama (e o Vagabundo)

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O primeiro cão de que tenho memória é o Dick. Nunca parei para pensar como se escreveria o seu nome, até porque na altura nem ler sabia, mas o Dick era um cão preto, rafeiro, porte médio, que vivia em casa dos meus avós Dulce e Luís. Era o cão mais pacato da história.  Os putos saltavam-lhe para cima e faziam dele cavalo e o pobre Dick nem ladrava. Andava até ao canto onde ficava a sua manta e deitava-se. Lembro-me de outros cães que me marcaram. O Taipan, um boxer maravilhoso, do Duffy, um louco que eu ia buscar a casa dos meus avós para passear e que tratava como meu. E de mais uns quantos. Mas no top-3 dos que mais me marcaram estão estes. Que ainda hoje admiro e tenho por amigos, embora há muito tenham ido para Timbuktu.   Dito isto, importa explicar que sempre, na minha vida, o amor de/e por um cão foi algo presente. Não querendo dizer que sou boa pessoa, acho que serei melhor pelo que aprendi com os animais. O respeito, a lealdade e a confiança. A amizade, claro. Há

O top-5 dos meus concertos

Dei por mim a pensar, agora mesmo, quais os concertos que mais me marcaram. Comecei por escolher três, mas logo saltei para os cinco. As datas não serão exatas, mas cá vai a lista The Cure - Estádio de Alvalade - 1989 Tinham acabado de lançar o álbum Disintegration e eu vivia uma primeira (ou segunda) paixão. Fui com o meu amigo Nuno Ricardo e, putos anjinhos, saímos antes de um dos encores porque achámos que tinha acabado. O melhor álbum da minha vida, no concerto que durante mais tempo me marcou. E ainda tenho saudades dele... The Pogues - Coliseu dos Recreios - 1988 (?) Fui com a Catarina Serpa, a Inês e um colega - talvez o Marcos?. Andava na Escola secundária e não conhecia bem a coisa. Fui por causa da Inês, sobretudo, e saí de lá esmagado por um concerto em que o Shane McGowan perdeu a aliança de casamento e andou de joelhos a gritar ao microfone "my ring, I lost my ring...". No fim, subimos a pé a calçada da Glória para levar a Catarina a seu pai, que, estando a traba

covid-19 (dia 59 - 11/05) - Olhos

Ontem fui pela primeira vez a um supermercado daqueles grandes, mesmo grandes. Mais. Fui a um supermercado quando já é obrigatório andar-se de máscara para entrar em lojas, mesmo que seja nos cabeleireiros - uma amiga hoje foi ao cabeleireiro de máscara e entre acertar patilhas e o camandro lá lhe cortaram um elástico da máscara. É um novo Mundo e ao fim de (quase) 47 anos apercebo-me de que talvez sempre tenha olhado da forma errada para as pessoas. Os olhos, senhores, os olhos... De repente não há gente feia. Nem nova ou velha. Há gente de máscara, com olhos bonitos ou com olhos que não se deixam ver.  Na rua, quase todos andam de máscara, a tapar o rosto (tirando os que com ela tapam apenas a garganta) e esta nova realidade ainda me baralha. Na verdade, e pensando bem em tudo o que estamos a passar com o novo coronavírus, porque  motivo não devemos andar sempre (mesmo sempre) de máscara? Afinal, sabemos lá nós quando aparece (e onde) um novo vírus qualquer... Hoje dei por mim a pens