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A mostrar mensagens de 2010
A garrafa de vinho que não cumpriu a sua missão
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Se vivesse mais 100 anos e se todos os anos falasse uma vez com os pais sobre o assunto, outras 100 vezes B. ouviria dizer que aquela garrafa era de 1973. Era, na verdade, de 1974, não exactamente do ano em que nasceu, mas o mais perto que se arranjava. Pouco lhe importava. Importava, isso sim, a história de vida que aquela garrafa de vinho Madeira lhe contava. Ao recebê-la - depois de umas férias dos pais na Pérola do Atlântico - B. decidira guardá-la para ocasião especial. Traçou-lhe como meta ser aberta no dia em que quisesse brindar à notícia que, sabia, um dia haveria de dar-lhe um sorriso, bem como fazer os seus pais darem o passo seguinte na carreira familiar: tornarem-se avós. O vinho era especial e como especial foi guardado no ponto mais alto e escuro da despensa. Inalcançável, como se a distância ao braço representasse a distância da vida de B. ao dia para o qual reservara a garrafa, a pobre foi envelhecendo. Abandonada, esquecida. Certo dia, B. cansou-se. Cansou-se de outra...
Life is changing fast...
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I used to write, I used to write letters I used to sign my name I used to sleep at night Before the flashing lights settled deep in my brain But by the time we met By the time we met the times had already changed So I never wrote a letter I never took my true heart I never wrote it down So when the lights cut out I was left standing in the wilderness downtown Now our lives are changing fast Now our lives are changing fast Hope that something pure can last Hope that something pure can last It seems strange anekatips How we used to wait for letters to arrive But what's stranger still Is how something so small can keep you alive We used to wait We used to waste hours just walking around We used to wait All those wasted lives in the wilderness downtown oooo we used to wait oooo we used to wait oooo we used to wait Sometimes it never came (oooo we used to wait) Sometimes it never came (oooo we used to wait) Still moving through the pain (oooooo) I'm gonna write a letter to my true l...
Uma palavrinha...
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"Portador das boas novas, das mudanças, da sabedoria e da inteligência. Arcanjo da Anunciação, trazei todos os dias mensagens boas e otimistas. Fazei com que eu também seja um mensageiro, proferindo somente palavras e atos de bondade e positivismo. Concedei-me o alcance de meus objetivos. Que assim seja"
Se tememos que a vida nos pese, tratemos de ler as dos outros
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Carregar a dor é escrever este comentário num vídeo do Youtube: "I was once in love with a girl who could play this song. I didn't realize how much I loved her until I'd finally pushed her away. I haven't been able to fully love anyone else since then and that was 14 years ago- and I know I never will. When I listen to this it makes me feel like she's still here, like we're still in love. I can even smell the perfume she wore. I don't know if it makes me sad or actually brings me happiness to listen to it, but I know that I need to hear it every so often." Michael Nyman - Heart asks pleasure first
Você não entende nada / Cotidiano (a melhor versão)
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TIC TAC TIc TAc Tic Tac tic tac
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É sempre assim: rebento de revolta e mando, no meu intímo, todos os do Mundo que me irrita, bardamerda. Por segundos imagino-me a dizer tudo o que não pode ser dito e quase me convenço de que é melhor dizê-lo mesmo, pois não dá para aguentar nem mais um minuto. A urgência de explodir consome-me. Penso em mandar um SMS a exigir uma conversa imediata. Um email, na pior das hipóteses. Nem é tanto pelos gritos, que esse não é o meu campeonato, mas pela vontade de não deixar pedra sobre pedra, de ser o justiceiro que acaba - com uma única conversa - com todos os males. Depois respiro fundo. Continuo irritado e sem ouvir o que me dizem. Ah o Rúben Amorim disse que nasceu no dia de um Benfica-Porto e bla bla bla, e eu a pensar no cronómetro da minha bomba relógio, a ver se expludo ou não. Sem ouvir palavra que me seja dirigida - sobretudo se for apaziguadora. Fico assim uns bons 15 minutos / meia-hora. Sem paciência para incompetências, ingerências, indecências e outras ências que possam apar...
Prisão dourada (parece que não, mas é mesmo melhor sair de lá...)
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Faltam-me as palavras para expressar o que sinto quando sei que muitos dos meus amigos vão ficar sem emprego em breve. A eles, a certeza de que vão sair-se bem deste novo desafio de vida. E uma canção que andava arredada deste blogue. Sim, que há sempre uma canção para cada momento. Whitest Boy Alive: "Golden Cage" So you no longer care if there's another day I guess I have been there, I guess I am there now You knew what you wanted and you fought so hard Just to find yourself sitting in a golden cage In a golden cage So of course I miss you and miss you bad But I also felt this way when I was still with you Yes of course I miss you and miss you bad But I also felt this way when I was still with you This city's no longer mine There's sadness written on every corner Each lover was made to sign Now I hear them calling me over and over
La sardiñada à flaviense
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- Senhor António, estas sardinhas faz favor, não valem nada. Não têm sal nem nada. - Claro que não, eu não posso comer sal, os clientes também não comem. - Epá, isto é mesmo fraco. - Eu cuido do cliente. Quero ter o cliente por muito tempo... (É engraçado como gosto de ir ao restaurante que se fosse hotel teria inspirado a série Fawlty Towers.) Soube-se, mais tarde, que o mal era da nacionalidade das sardinhas. Españolas, magrinhas, magrinhas...
Let me hear you scream!!! (Ozzy Osbourne assusta fãs)
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A noiva do cowboy era você (além das outras três)
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Ney, notas de Beijo Bandido
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Já não há exageros, a não ser, talvez, o de dizer que já não há exageros. E, vá-lá, o de achar que ia chegar atrasado, ser, por isso, impedido de entrar e isto tudo na melhor das hipóteses, claro. A verdade é que o bom e velho Ney lá deu um concerto sentido, de amores doídos (de dor, daí ter acento, se bem que também doidos, muito provalmente - assim, sem acento - de doidice) e perdidos, num desfile orgulhoso de todas as dores que acumulou. Este "À distância" terá sido um dos pontos altos do seu sentir e, por isso, escolho-o para ilustrar o concerto. Faltaram as plumas e os saltinhos. Sobrou o sentir e a pose encenada ao milímetro. E a voz, claro. Claro que a voz. Se dominaram os ritmos pausados de quem sofre, a verdade é que não foi só de tristezas que se fez o espectáculo, mas também de raivas. "Bicho de Sete Cabeças" foi, pois, dos grandes momentos. Bom até por ser capaz de cortar o embalo de sofrimento em que Ney ia mergulhando o público. Também fantástica a lig...
O tempo
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Foi ontem que deixei de fumar, que fiquei de ligar a um formador conceituado por causa do curso de guionismo, que o Figo marcou um golo fantástico à Inglaterra e que ganhámos 3-2, que o Ricardo defendeu um penalty sem luvas e ganhámos outra vez aos ingleses, que fiz asneira da grossa, que comecei a ser feliz, que soltei uma lágrima, que ri desenfreado e até ficar com dor de barriga, que tive uma apendicite aguda que, afinal, não era nem apendicite nem aguda, que fiz amor, que tive horror, que os senhoes das Produções Fictícias disseram que me mandavam um email sobre um curso e, duas semanas depois, nada disseram, que escrevi pela última vez no blogue, que decidi voltar a escrever, que descobri que planeiam fazer uma igreja caravela no Restelo, que deixei de visitar o Restelo, que o meu avô morreu no dia de Natal, que parti uma rótula, que conduzi mesmo de perna ao peito, que fiz grandes amizades, que decidi cortar com outras, que me arrependi de tanta coisa, que prometi tentar fazer tu...
É impressão minha ou podia ser "Cara de Portugal"?
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Se o Mundo fosse acabar, me diz o que você faria...
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Meu amor O que você faria Se só te restasse um dia? Se o mundo fosse acabar Me diz o que você faria Ia manter sua agenda De almoço, hora, apatia? Ou esperar os seus amigos Na sua sala vazia Meu amor O que você faria Se só te restasse um dia? Se o mundo fosse acabar Me diz o que você faria Corria pr'um shooping center Ou para uma academia? Prá se esquecer que não dá tempo O tempo que já se perdia Meu amor O que você faria Se só te restasse esse dia? Se o mundo fosse acabar Me diz o que você faria Andava pelado na chuva? Corria no meio da rua? Entrava de roupa no mar? Trepava sem camisinha? Meu amor O que você faria? O que você faria? Abria a porta do hospício? Travanca da delegacia? Dinamitava o meu carro Parava o tráfego e ria?
Gostava mesmo era de encontrar o anúncio do Citroen Meari...
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E o mais giro é que isto nem é bem o futuro...
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Noite fria...
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A -Ora viva, está bom? Há que tempos não o via (estende a mão e cumprimenta o outro) B - Não tenho vindo cá. A - Olhe, é um Marlboro Soft e um isqueiro (diz, virado para o empregado da bomba de gasolina, enquanto deixa os olhos descaírem de novo para a direita). Está melhor? B - Isto da perna, uma chatice. A - Azul, por favor. Desses pequenos. (logo volta a virar-se para a direita) E não era dos nervos? B - Também, também é dos nervos. A - Então e hoje está por aqui? B - Pois, não fui para os sem abrigo de Xabregas. A - De Xabregas? Então, não foi? Vai dormir na rua? B - Faço uma directa, hoje. Amigo, não me paga uma coca-cola?