Um filho e a perda da avó
De repente é dia 31 de Dezembro e já lá vão praticamente 5 dias desde que a minha mãe nos deixou. Hoje como naquele dia, vou-me segurando como posso e se por um lado ter um filho por perto é algo que muito ajuda a rir, genuinamente, é também por ele que muitas vezes as lágrimas vêm aos olhos. Custa, por exemplo, pensar que ele não volta a ver a avó, mais ainda quando ele começa a dar sinais de não entender o porquê do súbito desaparecimento. A meio da sesta da tarde, por exemplo, acordou aos gritos. Quando lá cheguei, olhei para todos os lados e perguntou, perdido: «Avó?». O normal seria acordar à tarde, da sesta, e a avó estar na sala, onde, juntos, brincariam até a avó se cansar e ele ficar com as pilhas a meio. Tive de explicar-lhe que a avó não estava cá, isto enquanto tentava disfarçar as lágrimas. Prometi-lhe que se fizesse "ó-ó" iríamos ver o avô a seguir - (estava já combinado um lanche) e lá o convenci a continuar a sesta. Acordado, papa devorada, hora de sai...