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"Não te acho lá muito bonito"

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Há dias fiz questão de lembrar o meu mais velho de que a pessoa mais gira e fixe do Mundo em breve faria anos, e fi-lo sem mencionar o meu nome - na esperança de que ele adivinhasse... Lá chegou, com maior ou menor dificuldade, o que nos levou para uma deliciosa conversa que faço questão de passar a escrito, para que quando a memória nos atraiçoar, possamos recordá-la... - Porque é que te riste quando eu disse que era a pessoa mais gira do Mundo a fazer anos? - Porque não te acho lá muito bonito. - Como não? O que é que me falta para ser bonito? - Sabes? acho que  não tens lá muito estilo. - Não tenho estilo? Então o que é ter estilo? - É ser assim como os Elfs. - Os Elfos? - Sim, os Elfs. - Mas do que estás a falar? O que têm os Elfos de especial? - Então, têm muitos dourados. Têm aquelas roupas brancas, às vezes azuis, com muitos dourados. - Os elfos têm roupas azuis? - Sim, com dourados. E mexem-se muito bem. São magrinhos, também. - Então mas ser magrinho é...

É possível fazer tops de tudo?

Há dias um colega de trabalho lançava-me o desafio de fazer a lista dos 10 melhores filmes da minha vida. Ora bolas, que raio de coisa, uma lista de uma vida (já com 43 anos) reduzida a 10 entradas? Respondi-lhe logo que era impossível, mas jamais deixei de pensar nisso nas horas vagas. Volta e meia passava por ele e dizia-lhe, o "Citizen Kane" tem de entrar, e ele logo concordava que esse seria o número 1, dias depois informava-o de que o Magnolia teria de estar lá e ele respondia-me com um nariz retorcido e olhar de reprovação "a sério?" (tudo porque ele não sabe o quanto bebi do filme fora dele - a banda sonora genial, tudo o que o filme não nos diz, mas deixa saber ) A Vida de Brian também teria lugar cativo, mas a partir deste ponto torna-se quase impossivel avançar (perdao, o teclado avariou e perdeu os acentos). Ha (continua avariado) os filmes que estranhamente nao vi (Platoon, Padrinho - todos), os que nao recordo assim de repente e uma incapacidade trem...

Cassius Clay, Muhammad Ali, o boxe, a vida e a palavra

Cassius Clay, que veio a ser Muhammad Ali, foi campeão de boxe por acaso: por lhe roubarem a bicicleta, cruzou-se com o homem que viria a iniciá-lo na modalidade e a treiná-lo. Na vida de todos os homens, há circunstâncias que os fazem seguir um ou outro caminho e em todas somos pequenos de mais para perceber o que lá vem ou o porquê de algo seguir um rumo e não outro. O boxe é, além de um desporto incrível - que não sigo, admito, mas com o qual acabo sempre por vibrar - talvez o maior viveiro de grandes histórias. Por ser propício à mitificação? Por apaixonar talentosos e criativos escritores? Seja como for, Ali (e Foreman e Frazier, e... e...) vai sempre viver como "o maior". Porque é esse o poder da escrita, é esse o poder da palavra.

Uma ida ao endireita

Lesionado, com dores no calcanhar de mal correr, já a desesperar por não conseguir voltar aos treinos - e já agora por continuar com dores - resolvi recorrer às (não) medicinas alternativas. Já me tinham falado da Dona Luísa, que atende ali para os lados da Venda Nova, e que é aquilo a que em bom português se chama uma endireita. Tem anos de história(s), é visitada por gente de todo o Mundo e com meia dúzia de movimentos já pôs bem o meu mecânico e o filho de uma amiga. Depois de já ter ido a um osteopata - que são endireitas com estudos - e de ter gostado, resolvi dar uma oportunidade à Dona Luísa. Disseram-me que tinha de telefonar-lhe logo de manhã bem cedo para conseguir vaga. Liguei, mas não fui rápido o suficiente. O telefone dava impedido ou nem conseguia ligação. Tentei já pelas 9.15 e aí sim fui atendido. - Bom dia, aqui fala a Tia Luísa (dizem-me do outro lado, num sotaque alentejano simpático) - Bom dia, eu sou o Bartlomeu e disseram-me para lhe ligar cedo. - Oiça...

Da má onda de Caetano e do Gil

Chega-me um email com o título: Caetano Veloso e Gilberto Gil esgotam 4 concertos em Portugal Dou por mim a pensar: Espero que um deles não tenha sido o dos The Cure, que ainda não comprei bilhete. PS: Já agora, devem ter gastado um dinheirão! Espero que sejam presos se tentarem vender os bilhetes mais caros!

A alegria de Rui Vitória por partilhar o entusiasmo dos benfiquistas

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Os partidos, essa religião

Numa página de Facebook de Hermínio Loureiro, um destacado social-democrata - ex-secretário de Estado - li críticas a Pacheco Pereira.  "Ouvi na Rádio Renascença a entrevista de Pacheco Pereira sobre o discurso de Cavaco Silva. Miserável a intervenção de um dos que mais comeu no prato político do então Primeiro-Ministro Cavaco Silva. Tudo tem os seus limites... Pacheco Pereira, sempre a representar o PSD, destila ódio em todas as intervenções..." Note-se que na dinâmica partidária come-se de pratos políticos. Sem tirar nem pôr. Come-se de pratos políticos! E como se come em pratos políticos, se ousarmos ter sentido crítico somos miseráveis. Os comentários à coisa sucedem-se. Fala-se de expulsão do partido: "Caro Dr., o Sr. Pacheco Pereira ainda é militante do PSD? Se o é já há muito tempo o partido deveria abrir um processo disciplinar para a respetiva expulsão do partido?" Assustador, no entanto, é o que se segue. Num comentário: "Artº 7º,...