De como nasce um vegetariano

A pouco menos de um mês de celebrar o segundo aniversário, o meu filho confrontou-se com dura realidade.
Já tenho pensado, por algumas vezes, como pode ser cruel estar a dar-lhe arroz de pato enquanto ele vê um livro com figuras de patos e lhe digo «come o arroz de pato, filho»; «olha o pato tão giro, filho, no livro»., o que por vezes o leva a responder  «os bichos», algo que também faz quando se apresenta com o seu balde repleto de animais de plástico, cujos nomes e sons vai aprendendo. Claro que entre o pato que ele vê em desenho, de cabeça para baixo e rabinho para o ar, e aquele que lhe surge no prato não existe qualquer linha de ligação. São, para uma criança de dois anos, mundos que não se tocam. Hoje foi, então, o choque definitivo!

Aproveitámos o facto de estar em casa para usufruir da companhia do meu pai e do meu sogro. Comprámos frango para o almoço, conversámos, fomos dar uma volta e ao fim do dia passei no Pingo Doce, onde comprei um quilo de camarões (uma maravilha por menos de 9 euros...) e quatro postas de raia, que haveria de servir para um pitéu de raia alhada.

Ora, ao chegar a hora de ir para a mesa, a criança, curiosa, olhou para os nossos pratos. «Que raio estão eles a comer?», terá pensado.

Não sei se por o camarão cozido conservar os olhos e as patas, a verdade é que quando se aproximou para provar - como sempre faz - o que comíamos, recusou. E recuou. «Ixé bichos...», repetiu. Espantado? Chocado? Espero que não tenha ficado traumatizado...

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