covid-19 (dia 55 - 7/05) - Vacinas, barbeiro...
Ontem (acho que foi ontem e se não foi ontem é como se tivesse sido ontem) sentei-me pela primeira vez descontraído em frente à TV para ver uma série.
Escolhi o After Life, do Ricky Gervais (no Netflix), e a hora errada. A coisa até estava a correr bem (se é que algo corre bem no After Life), mas o mais velho cá de casa entrou aos gritos pela sala: "Aula de ginástica".
Uma aula síncrona - das melhores coisas que a escola fez neste período - a cortar-me o único momento de descontração que me permiti nestes 55 dias.
Nada de grave. Vi depois mais uns quantos, mas ando cá a matutar que se calhar eu e a minha querida mulher se calhar pensámos mal quando decidimos ter uma só TV em casa, e na sala. Isto leva a que não tenhamos um local para nós. Quando os miúdos querem jogar PlayStation lá ficamos sem sala. E andamos pela casa sem pouso a que possamos chamar nossos.
Fosse o tempo outro, até comprava uma TV para meter no escritório e passava para lá a PlayStation. E livrava-me dos putos sem ter de dá-los para adopção.
Ontem fui com a mais nova ao centro de saúde. Ela, de máscara, armada em corajosa, desatou a chorar ainda antes da primeira picadela (foram duas).
Hoje fiz de barbeiro. Ataquei o cabelo do meu pai com a máquina que felizmente comprei há um ano. O resultado não é famoso - claro que não - mas ele vai mesmo ficar fechado em casa mais um mês... é indiferente o lado estético.
De manhão, lancei-me com violência a lavar as paredes do quarto da miudagem. Uma trabalheira, mas aproveitei para lavar as janelas também e a mãe pegou na coisa e acabou a limpar e arrumar o resto. Um brinco. Estamos exaustos, mas valeu a pena.
Ao quarto dia de desconfinamento, sente-se na rua um certo à vontade. A maioria das pessoas anda sem máscara. Entre as restantes, a maioria ainda com a máscara ao pescoço; apenas uma minoria se desloca com a máscara corretamente colocada.
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