Mentira histórica, que se tornou verdade

Lembro-me de ser criança e de o meu pai encontrar amigos na rua. Lembro-me, como se fosse hoje, de perguntar-lhe "quem era, pai?". E lembro-me da indignidade, aos olhos de uma criança, daquelas respostas mentirosas. É um rapaz meu amigo.
Mentira, claro. Rapaz? Tinha mais de 30 anos. Rapaz! ahahah. Devia roçar os 35... Rapaz... eheheh. Rapaz era eu!
Hoje, aos 35 anos, e com oito de atraso sobre o que foi a vida dos meus pais - mais, muitos mais, pois oito é à data de hoje, mas para chegar a esse estádio em que ele estava aos 35 preciso de pelo menos mais quatro ou cinco, reparo que sou "um rapaz" amigo de outros que encontro.
Todos eles têm filhos. Todos eles compraram as casas que gostariam. Todos eles sorriem, mesmo que a vida não lhes tenha sorrido tanto como eles lhe fazem.
Então essa mentira tornou-se verdade, pois. Mas o pior é que eu sou ainda mais novo que esses "rapazes-velhos" amigos do meu pai. Não no BI, mas na vida, nas experiências, nas roupas que uso, na maturidade, até... Mas ele tinha razão... Os pais não mentem, não é?

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