Desespero privado

O homem, de fato - e gravata já enrolada no pulso direito - agarra-se a um dos dois telemóveis. Telefona, manda SMS, tenta passar o tempo. Espera pelo seu nome de novo. Pensa: ainda bem que tenho seguro de saúde, para poder vir às urgências a este hospital.
De repente, a loucura: olha para a mão esquerda, levanta um dedo e diz "oito", outro e diz "nove" e por aí adiante. De repente sai-se com um... "seis!" seguido de um desesperado "Foda-se, foda-se". Seis horas de espera. "O electrocardiograma está bom", diz ao telefone.
E ao lado, alguém saudável pensa: "ainda bem! caso contrário quinavas aqui...

Comentários

Suz disse…
Quem não está doente acaba por ficar. Salas de espera, privadas ou não, são desesperantes!
Brida disse…
ECG...eh pah...deixa-me ir arrancar ali à dentada uma pulseira que me puseram hoje :)

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