Uns quantos exageros

As neuras vão e vêm. Mudam de poiso. Mudam de objecto. Mudam-se da direita para a esquerda. Mudo-as de poiso. Mudo-as de objecto. Dançam. Danço com elas. Vão, voltam. Brincam comigo. E eu com elas. Puxo-as, empurro-as. Abraço-as, beijo-as, rejeito-as. Neste carrossel de vidas monto a girafa (que é de lá de cima que se vê tudo - bendito pescoço grande), nesta montanha russa de emoções, sou poeta, sou cantor popular (e até acho que "recordar é viver"), sou apenas o paciente que fugiu da "mental institution" e sou o pré-esquizofrénico que nunca serei.
Leio, releio. Escrevo. Oiço músicas com beat e letras tristes. Danço na tristeza dos outros. Faço deles as minhas palavras. Paulo Coelhizo-me (sim, tenho a teoria de que para mim seria fácil ser um Paulo Coelho e escrever uma data de banalidades que comoveriam milhões, mas não o quero).
Oiço a minha consciência e não lhe ligo. Leio-a, em boa verdade. Que nem sei se ela tem voz. Sei que tem razão, mas vou lá à mesma, para ver, para ter a certeza de que fechei todas as portas. Para ter a certeza de que não as abro de novo. E vou, e venho e volto e parto. Como se de voltar e de partir vivesse sempre. Sim, adicionei o partir a um dos posts antigos. Porque para voltar é preciso partir.
Os remédios que tenho guardo para os outros.
Sou o curandeiro enfermo. Mas vivo. E, no fundo, desconfio que somos todos iguais...

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