o último cigarro

A pior coisa do último cigarro é que representa o fim da noite.
O fim daquela escuridão em que nos refugiamos de nós próprios.
Aquele fumo que teima em sair do cinzeiro, a ideia de que a cama nos espera. Deveríamos dormir. Deveríamos descansar. Para sermos o melhor do mundo naquilo que fazemos. Mas, já todos o sabemos, ser o melhor do mundo não chega. Não a nós, que fumamos cigarros até não haver mais. E que olhamos para o maço na esperança de ver mais um, esquecido.
O uisque, agora quente porque o gelo acabou, também não é grande conselheiro.
E vamos olhando o maço e o cinzeiro. Cinzas e despojos. Como nós, cinzas e despojos.
Foi das cinzas que a Fénix se reergeu, certo? Pois assim seja a nossa vida...
E agora ia tão bem outro último cigarro...

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