Covid-19 (dia 4 - 16/03) - Pokemon Go

Morreu o primeiro português vítima de Covid-19. E os portugueses perceberam que a estatística é assustadora: que lá para o fim de março possivelmente haverá 50 mil infetados (que isto dobra a cada dois dias - e hoje há 331 casos).

Não passou muito tempo e de repente tudo o que escrevi acima deixou de provocar-me arrepios. Calma, não sou um monstro nem fico insensível a nada disto. Tão pouco estou menos preocupado que ontem. Hoje pela primeira vez não senti à vez todos os sintomas.Nem isso nem ataques de ansiedade.

Vá lá que já só faltam prái 150 dias para nos livrarmos disto!

Este dia trouxe mais novidades. Antes de mais, fizemos uma aula de ginástica em casa. A família toda, via Youtube. Depois começaram as novidades: da escola chegaram trabalhos para os miudos. Ela pintou um arco-iris e a frase "Vamos ficar todos bem"; ele fez contas, viu vídeos de estudo do meio na plataforma Escola Virtual e adorou. Queria responder a mais testes, ver mais vídeos... Provavelmente andava a sentir falta...

Mais tarde, ao telefone com um dos avôs, lá deixou finalmente sair um pouco do que não nos diz: "Eu não quero perder os avôs". Afinal, mesmo sem verbalizar, estará a sentir algo.

Imagino que seja marcante ver os pais agarrados ao telefone/tablet a ler tudo o que vai saindo (e eu sem tempo para acompanharo que desejo), que oiçam conversas aqui e ali...

 Outra novidade (talvez uma das melhores, a par da aula de ginástica) foi o passei pós-almoço. Com o meu telemóvel na mão e o Pokemon Go instalado, lá andamos pelas redondeza a colecionar bicharocos virtuais, no que foi uma animação para o mais velho...

De resto, a mercearia aqui da rua implementou a regra de só deixar entrar seis pessoas de cada vez. Tive de lá ir, fiz as minhas compras (ia só buscar guardanapos, que estavam a acabar, mas após esperar meia hora para entrar, aproveitei para trazer mais meia dúzia de coisas - entre as quais Twix e Maltesers) e dei por mim a constatar como será diferente a nova normalidade... E (ainda) não há racionamento de bens...


Desculpem alguma quebra narrativa, mas além de cansado do dia, começo a sentir-me canso deste pandemónio da pandemia.

PS: queria dizer-vos e esqueci-me: é fundamental que em casa falemos do que sentimos com as nossas mulheres/maridos. Isto é um momento com que ninguém sabe lidar e é importante que nos compreendamos a cada momento, sem mal entendidos.


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