Covid-19 (dia 9 - 21/03) - Crianças de sonho; e o coração nas mãos

No dia em que em Itália morreram 739 pessoas e Portugal chegou aos 1020 infetados, voltei a acordar com ansiedade.

Há uma tristeza que nos cala, que nos faz olhar para o prato quanto estamos a tomar o pequeno almoço, e que disfarçamos quando estamos junto das crianças.

E há momentos únicos que mais tarde serão recordados. Como aquele em que hoje a nossa filha mais nova pediu para fazer videochamada com uma amiga da escola e as duas, ali, do alto dos seus 4 anos, inventaram uma nova forma de jogar às escondidas: "fecha os olhos, que vou esconder-me".  E depois lá andavam os pais pela casa, de telemóvel em punho, a vasculhar os recantos até elas se verem e se rirem.

Bastou isto para, pouco depois, já dizerem: "vai por essa porta"; "não, para o escritório", etc. Confesso que poucas coisas me deixaram mais comovido que esta manifestação de criatividade e de amor...

Hoje não saí de casa. E a esta hora ainda nem banho tomei. Vou fazê-lo antes de me deitar, mas a meio do dia recebi um calafrio ao toque de telemóvel. O meu pai a informar-me, após dois dias de tosse, que estava com febre. 37,8. Pânico instalado... Queres ver que o bicho veio cá bater? E nós com tantos cuidados a toda a hora?

Falámos com médico e com enfermeira amigos, ele na linha na frente num hospital público, ela na retaguarda noutro que aguarda por casos... Ambos disseram que era preciso monitorizar, mas que os sintomas não parecem ser do malfadado Covid-19. As próximas horas vão ser de acompanhamento à distância, na esperança de que seja apenas um susto.

Dizia o médico: se tivesse esses sintomas há um ano nem preocupado estaria; e que do que lhe relatámos não parece ser o bicho...

Amém

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