Covid-19 (dia 21 - 02/04) - sou o único que não se importa de ficar em casa?
- Mamã, quantos ó-ós faltam para voltar à rua?
- Podemos ir à rua passear.
- Não é isso, é para ir para a rua para estar com os amigos.
A mais nova cá de casa, quase a fazer cinco anos (que celebrará em confinamento), começou desta forma o dia e ao final da tarde passou 45 minutos em vídeo-chamada com uma amiga do pré-escolar.
Devo ser das poucas pessoas que não se chateia por não sair de casa. Aliás, talvez por ter de andar de casa em casa a entregar coisas (hoje a receber o frigorífico novo em casa do meu pai), o que me causa stresse é precisamente andar na rua. Mete máscara, tira máscara, passa gel desinfetatente, tira óculos, passa gel, mete máscara, etc, e por aí além...
Um papel para abrir a porta, as luvas que afinal de nada servem porque o ideal é lavar as mãos.
Os hospitais de Nova Iorque já só têm capacidade para mais 6 dias. Depois os ventiladores acabam e o Mayor já veio dizer que depois disso, quem precisar... morre.
Hoje, o português João Nascimento anunciou ter desenvolvido com uma equipa de voluntários, um ventilador que não custará mais de mil euros, e que vai distribuir os planos de forma livre, registando-os a favor da humanidade. Há esperança. Pelo menos há esperança nas pessoas...
Cá por Portugal, os números na evolução da doença parecem bons. Mas há quem continue a adivinhar o fim do mundo (e por certo não são doidos varridos).
Amanhã lá terei de ir à compra semanal de frutas e legumes. Desta vez, vou experimentar novo modelo. Um saco para cada casa. Três ao todo. Afinal, as necessidades não são todas iguais. Nem os palatos...
PS: O estado de emergência foi prolongado em Portugal. E durante cinco dias, na Páscoa, não são sequer permitidas viagens (de carro ou a pé) entre concelhos. Ou seja, quem mora em Alfragide, em rigor, não pode ir ao hipermercado Auchan (que fica em Oeiras).
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