covid-19 (dia 47 - 29/04) - fura quarentenas
Parece mentira chegar aqui e perceber que vamos em 47 dias disto.
O que já se passou e o que falta ainda passar. Já não há novidades para escrever todos os dias - pelo menos das relacionadas com a Covid-19 - ou, havendo, já vai faltando a paciência.
Como no futebol, agora todos somos epidemiologistas de bancada e "de médico e (sobretudo) de louco todos temos um pouco".
Vou lendo um pouco de tudo e já desisti de acreditar em quem quer que seja. A verdade nunca será um valor absoluto e para cada ideia haverá interpretações distintas, razões fundamentadas, sejam em erros científicos seja na falta de uma base de dados com critérios semelhantes em todo o Mundo.
A última ideia que me despertou curiosidade foi de que o medo mata mais que a Covid-19. Lá está, nunca saberemos, mas hoje foi divulgado um estudo que diz que de 1 de março até 22 de abril morreram em média (sem ser por Covid-19) mais 75 pessoas por dia do que seria expectável (o que dará quase 4 mil). Serão pessoas que não foram aos hospitais com doenças que precisavam de tratamento, que não tiveram apoio em doenças ou, até, que não tendo sido diagnosticadas com Covid-19 o possam ter tido sem saberem.
Adiante.
O Estado de Emergência parece que vai mesmo acabar dia 2 e que não será renovado. Iremos caminhar para uma reabertura (pretendem progressiva mas sem Estado de Emergência ainda não estou bem a ver como). E ao fim de 48 dias - mais de 50 sem termos o nosso núcleo familiar (6 pessoas) todo junto, sabendo que nenhum de nós está infetado decidimos matar saudades.
Trouxemos, de carro e à vez, cada um dos avôs até cá a casa, sentámo-los à mesa e após um belo frango assado cada um deles voltou a sua casa. Não mais do que a refeição em conjunto e, claro, com a janela da sala aberta para arejar o ambiente (algo que reforça a segurança anti eventuais contágios).
Não sei se o medo mata mais que a Covid, e também já ouvi e li que a solidão mata mais. Tomámos esta decisão pesando todos os factores e sabendo que os dois avôs, cada um em sua casa, fechados há 50 dias estão a dar em doidos e já começam a pensar em ir à rua fazer coisas como pagar contas (em papelarias). Entre esse risco e o de trazê-los cá a casa, pareceu-nos mais prudente isto.
Foi um tónico para todos. A mais nova, que anda sempre a querer ficar de pijama, quis vestir-se mal chegou o primeiro avô. Andavam os dois atrás deles, oh avô olha isto, oh avô, já viste aquilo? oh avô, agora na varanda tenho um atelier de pintura...
Foi uma hora, hora e meia, que soube a todos os sábados que nos devem. E foi tão pouco, ainda assim.
Foi um tónico para encarar o que vier a acontecer com um sorriso. Até porque quando voltarmos a trabalhar nos escritórios, ou os miúdos à escola, os perigos de contágio vão aumentar de novo.
Hoje o mais velho passou-se com a escola. É o dia em que o faz semanalmente. Afinal, matemática a abrir, exercícios para fazer sozinho e sem a sua querida prof para falar, deixam-no doido. A dada altura desistiu. E mandou um email à professa a dizer-lhe que estava farto, que gosta é de estar na escola e que não consegue aprender em casa.
Ela respondeu-lhe da forma mais maravilhosa que podia ter feito: a elogiar o esforço dele, que ele tinha razão, mas que continuava a ser o menino que os colegas adoram, fazendo de seguida uma lista das coisas que ele faz bem todos os dias.
Se pudesse escolher uma professora para os meus filhos, seria sempre ela.
O que já se passou e o que falta ainda passar. Já não há novidades para escrever todos os dias - pelo menos das relacionadas com a Covid-19 - ou, havendo, já vai faltando a paciência.
Como no futebol, agora todos somos epidemiologistas de bancada e "de médico e (sobretudo) de louco todos temos um pouco".
Vou lendo um pouco de tudo e já desisti de acreditar em quem quer que seja. A verdade nunca será um valor absoluto e para cada ideia haverá interpretações distintas, razões fundamentadas, sejam em erros científicos seja na falta de uma base de dados com critérios semelhantes em todo o Mundo.
A última ideia que me despertou curiosidade foi de que o medo mata mais que a Covid-19. Lá está, nunca saberemos, mas hoje foi divulgado um estudo que diz que de 1 de março até 22 de abril morreram em média (sem ser por Covid-19) mais 75 pessoas por dia do que seria expectável (o que dará quase 4 mil). Serão pessoas que não foram aos hospitais com doenças que precisavam de tratamento, que não tiveram apoio em doenças ou, até, que não tendo sido diagnosticadas com Covid-19 o possam ter tido sem saberem.
Adiante.
O Estado de Emergência parece que vai mesmo acabar dia 2 e que não será renovado. Iremos caminhar para uma reabertura (pretendem progressiva mas sem Estado de Emergência ainda não estou bem a ver como). E ao fim de 48 dias - mais de 50 sem termos o nosso núcleo familiar (6 pessoas) todo junto, sabendo que nenhum de nós está infetado decidimos matar saudades.
Trouxemos, de carro e à vez, cada um dos avôs até cá a casa, sentámo-los à mesa e após um belo frango assado cada um deles voltou a sua casa. Não mais do que a refeição em conjunto e, claro, com a janela da sala aberta para arejar o ambiente (algo que reforça a segurança anti eventuais contágios).
Não sei se o medo mata mais que a Covid, e também já ouvi e li que a solidão mata mais. Tomámos esta decisão pesando todos os factores e sabendo que os dois avôs, cada um em sua casa, fechados há 50 dias estão a dar em doidos e já começam a pensar em ir à rua fazer coisas como pagar contas (em papelarias). Entre esse risco e o de trazê-los cá a casa, pareceu-nos mais prudente isto.
Foi um tónico para todos. A mais nova, que anda sempre a querer ficar de pijama, quis vestir-se mal chegou o primeiro avô. Andavam os dois atrás deles, oh avô olha isto, oh avô, já viste aquilo? oh avô, agora na varanda tenho um atelier de pintura...
Foi uma hora, hora e meia, que soube a todos os sábados que nos devem. E foi tão pouco, ainda assim.
Foi um tónico para encarar o que vier a acontecer com um sorriso. Até porque quando voltarmos a trabalhar nos escritórios, ou os miúdos à escola, os perigos de contágio vão aumentar de novo.
Hoje o mais velho passou-se com a escola. É o dia em que o faz semanalmente. Afinal, matemática a abrir, exercícios para fazer sozinho e sem a sua querida prof para falar, deixam-no doido. A dada altura desistiu. E mandou um email à professa a dizer-lhe que estava farto, que gosta é de estar na escola e que não consegue aprender em casa.
Ela respondeu-lhe da forma mais maravilhosa que podia ter feito: a elogiar o esforço dele, que ele tinha razão, mas que continuava a ser o menino que os colegas adoram, fazendo de seguida uma lista das coisas que ele faz bem todos os dias.
Se pudesse escolher uma professora para os meus filhos, seria sempre ela.
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