E o amor? (um post anormalmente longo...)
Reparo agora que não há etiquetas de amor no meu blogue.
Quer dizer... quando alguém ler este post já haverá. Uma. Sim, uma, que é melhor do que nenhuma. Talvez daqui a cinco anos esta venha a ser, ainda, a única entrada de amor no blogue. É possível que sim.
Muito do que já aqui foi escrito foi escrito por amor. Muito por dor. A dor e o amor andam sempre de mão dada. Sim, andam, é inútil disfarçar. A dor e o amor são as duas faces de uma moeda Chama-se amor. Podia chamar-se dor. Chama-se dor e amor. Na dor encontramos amor. No amor encontramos dor. Quando o amor acaba, temos a dor. Quando o amor aparece a dor acaba. Na dor há, também, amor.
Relativo, tudo isto, sim, sei. Afinal, há dor no amor. Sim, claro que há. Por isso é que o Amor é fodido, como tão bem disse o Miguel Esteves Cardoso. É fodido gostarmos de alguém que não gosta de nós. Da mesma forma que é fodido alguém gostar de nós sem que gostemos de volta. É fodido que gostemos de alguém que gosta de nós e haver um mar de vida a separar-nos. Ou um riacho, mas que não se saiba nadar, de modo a chegar ao outro lado.
Quando falamos de amor tornamo-nos chatos. Quem quer ouvir a história de duas pessoas que foram ao cinema e passaram o filme todo a fazer festas nas mãos uma da outra? Quem quer ler isso num blogue? É muito melhor ler, por estes sítios, frases como: "gosto de ti, mas não páro de pensar na minha ex-namorada. Sim, ela ontem telefonou-me para me pedir que lhe devolva os livros que são dela e as minhas pernas tremeram". Isso sim, é bom de ler. Isso sim, tem mais valia literária. De sofrimento... Lá está, a dor... A dos outros, para quem lê. Um bom drama comove qualquer um. Ninguém quer saber de coisas como: "o meu ex-namorado mandou-me um sms a dizer que quer voltar para mim, mas eu nem respondi porque é contigo que me sinto bem". Não, isso não vende blogues. Nem livros. Isso vende filmes corny. De série B. Pronto, também vende filmes que dão óscares em anos maus. Já a dor, a tristeza, a saudade, a incompreensão, a falta de coragem, essa dá óscares, seguramente. De melhor filme estrangeiro. Ou seja: o amor, queremo-lo para nós e reconhecemo-lo. Não o queremos a vir de fora... Não, nada disso.
Já a dor: que se faça lá fora, sim... que eles são bons nisso! Premeie-se, e tal... mas nunca como Melhor Filme. Não! Nada disso! Melhor filme... estrangeiro!!
É por isso que eu não vos falo de amor, aqui.
Poderia contar-vos a história de uma mulher fantástica. Poderia contar-vos tudo aquilo que me apetecer-lhe-ia dizer se ela estivesse à minha frente. Poderia tirar fotografias de cada um dos 1500 beijos que lhe daria. Escrevê-los em livros. Sim, poderia, claro. Mas os meus leitores de nada quereriam saber...
A história só seria boa se tivesse dor. Rejeição. Incerteza. Nostalgia. Recusa e repulsa. Mas isso não me apetece a mim escrever...
Quer dizer... quando alguém ler este post já haverá. Uma. Sim, uma, que é melhor do que nenhuma. Talvez daqui a cinco anos esta venha a ser, ainda, a única entrada de amor no blogue. É possível que sim.
Muito do que já aqui foi escrito foi escrito por amor. Muito por dor. A dor e o amor andam sempre de mão dada. Sim, andam, é inútil disfarçar. A dor e o amor são as duas faces de uma moeda Chama-se amor. Podia chamar-se dor. Chama-se dor e amor. Na dor encontramos amor. No amor encontramos dor. Quando o amor acaba, temos a dor. Quando o amor aparece a dor acaba. Na dor há, também, amor.
Relativo, tudo isto, sim, sei. Afinal, há dor no amor. Sim, claro que há. Por isso é que o Amor é fodido, como tão bem disse o Miguel Esteves Cardoso. É fodido gostarmos de alguém que não gosta de nós. Da mesma forma que é fodido alguém gostar de nós sem que gostemos de volta. É fodido que gostemos de alguém que gosta de nós e haver um mar de vida a separar-nos. Ou um riacho, mas que não se saiba nadar, de modo a chegar ao outro lado.
Quando falamos de amor tornamo-nos chatos. Quem quer ouvir a história de duas pessoas que foram ao cinema e passaram o filme todo a fazer festas nas mãos uma da outra? Quem quer ler isso num blogue? É muito melhor ler, por estes sítios, frases como: "gosto de ti, mas não páro de pensar na minha ex-namorada. Sim, ela ontem telefonou-me para me pedir que lhe devolva os livros que são dela e as minhas pernas tremeram". Isso sim, é bom de ler. Isso sim, tem mais valia literária. De sofrimento... Lá está, a dor... A dos outros, para quem lê. Um bom drama comove qualquer um. Ninguém quer saber de coisas como: "o meu ex-namorado mandou-me um sms a dizer que quer voltar para mim, mas eu nem respondi porque é contigo que me sinto bem". Não, isso não vende blogues. Nem livros. Isso vende filmes corny. De série B. Pronto, também vende filmes que dão óscares em anos maus. Já a dor, a tristeza, a saudade, a incompreensão, a falta de coragem, essa dá óscares, seguramente. De melhor filme estrangeiro. Ou seja: o amor, queremo-lo para nós e reconhecemo-lo. Não o queremos a vir de fora... Não, nada disso.
Já a dor: que se faça lá fora, sim... que eles são bons nisso! Premeie-se, e tal... mas nunca como Melhor Filme. Não! Nada disso! Melhor filme... estrangeiro!!
É por isso que eu não vos falo de amor, aqui.
Poderia contar-vos a história de uma mulher fantástica. Poderia contar-vos tudo aquilo que me apetecer-lhe-ia dizer se ela estivesse à minha frente. Poderia tirar fotografias de cada um dos 1500 beijos que lhe daria. Escrevê-los em livros. Sim, poderia, claro. Mas os meus leitores de nada quereriam saber...
A história só seria boa se tivesse dor. Rejeição. Incerteza. Nostalgia. Recusa e repulsa. Mas isso não me apetece a mim escrever...
Comentários
Antes de mais, bem-vinda!
Tens razão e eu também o sinto. Escrever a felicidade é sempre piroso. E, pior, num blogue corre o risco de tornar-se ridículo, já que a felicidade é feita de momentos únicos, perdidos no tempo. Escrever a felicidade é escrever algo que pode acabar no próprio dia...
Continua a aparecer. E a comentar, sempre que te apetecer.
hmmm...
beijo
tou fodido não tenho dinheiro