Esperar dá prémio?
No CD canta uma voz triste. Na mesa da sala, na mesa preta da sala, o computador, agora ligado à corrente, deixa-me escrever mais uma palavras. Espero.
Não sei que esperar, mas espero. Essa é a beleza de esperar. Tudo o que se espera chega ou não. Acendo um cigarro. Mais um cigarro. Esqueço as vezes todas que hoje já tossi. O fumo enche a sala. As velas acesas a meia luz disfarçam o cheiro. A tabaco! Porque espero.
Imediatista-paciente: que raio de dicotomia esta no meu ser. Que me faz esperar quando quero correr.
Um cigarro, outro cigarro, para me fazer companhia. É isso que se faz quando se espera. Fumar. Sim, é isso que se faz. Fumar é queimar papel. E o papel queima-se para que o tempo passe. É uma regra da física. Se o papel arde de uma ponta à outra, então tempo passou. E se passou, estou mais perto de deixar de esperar.
Não espero hoje. Espero toda a vida. Sempre esperei. Mas nem sempre fumei.
Espero o que encontrei. Encontro o que esperei. Escrevo o que espero. Escrevo o que encontro. Sim, as minhas palavras são do que encontro e do que perco.
Reparo que o meu blogue ganhou um prémio. É assim. As pessoas gostam de quem espera.As pessoas gostam de quem perde. Muito mais do que gostam de quem acha.
Já o Morrissey cantava "We hate it when our friends become successful".
Não sei se agradeça o prémio. Não sei se agradeça as esperanças que fui perdendo.
Não sei se agradeça a todos aqueles que me fizeram escrever. Porque quase todos os que me fizeram escrever fizeram-me sofrer.
Lembro todos os medos de toda a gente. Acabam por ser os meus. "Tu fartas-te de mim!"; "Não vou ser capaz de fazer bem este trabalho". E tantos mais. De tantos mais.
O cigarro da vida vai ardendo enquanto espero. Vou queimando papel. E nele as palavras que digo ardem também. Não em mim. Nos outros. Só que agora, desta vez, eu espero.
Espero não ganhar mais prémios. Espero não ganhar mais prémios, pois isso significa que continuarei à espera.
Ainda assim, obrigado, apesar de não perceber porquê.
PS: Ah, deve ser por causa dos dardos...
Não sei que esperar, mas espero. Essa é a beleza de esperar. Tudo o que se espera chega ou não. Acendo um cigarro. Mais um cigarro. Esqueço as vezes todas que hoje já tossi. O fumo enche a sala. As velas acesas a meia luz disfarçam o cheiro. A tabaco! Porque espero.
Imediatista-paciente: que raio de dicotomia esta no meu ser. Que me faz esperar quando quero correr.
Um cigarro, outro cigarro, para me fazer companhia. É isso que se faz quando se espera. Fumar. Sim, é isso que se faz. Fumar é queimar papel. E o papel queima-se para que o tempo passe. É uma regra da física. Se o papel arde de uma ponta à outra, então tempo passou. E se passou, estou mais perto de deixar de esperar.
Não espero hoje. Espero toda a vida. Sempre esperei. Mas nem sempre fumei.
Espero o que encontrei. Encontro o que esperei. Escrevo o que espero. Escrevo o que encontro. Sim, as minhas palavras são do que encontro e do que perco.
Reparo que o meu blogue ganhou um prémio. É assim. As pessoas gostam de quem espera.As pessoas gostam de quem perde. Muito mais do que gostam de quem acha.
Já o Morrissey cantava "We hate it when our friends become successful".
Não sei se agradeça o prémio. Não sei se agradeça as esperanças que fui perdendo.
Não sei se agradeça a todos aqueles que me fizeram escrever. Porque quase todos os que me fizeram escrever fizeram-me sofrer.
Lembro todos os medos de toda a gente. Acabam por ser os meus. "Tu fartas-te de mim!"; "Não vou ser capaz de fazer bem este trabalho". E tantos mais. De tantos mais.
O cigarro da vida vai ardendo enquanto espero. Vou queimando papel. E nele as palavras que digo ardem também. Não em mim. Nos outros. Só que agora, desta vez, eu espero.
Espero não ganhar mais prémios. Espero não ganhar mais prémios, pois isso significa que continuarei à espera.
Ainda assim, obrigado, apesar de não perceber porquê.
PS: Ah, deve ser por causa dos dardos...
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